Figura tumular de Phrasikleia (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Cabeça de guerreiro do lado leste do Tempo de Aphaia (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Relevo do sarcófago de Alexandre (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Escultura do frontão oeste do Tempo de Aphaia em Aegina (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Estátua chamada ‘Chioskore’ (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Estela tumular de Paramythion (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Artêmis de Pompeia (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Guerreiro troiano do frontão oeste do Templo de Aphaia (Vinzenz Brinkmann/Fundação Arqueológica de Munique)
Geralmente, temos uma imagem das
estátuas gregas e romanas como exibidas tradicionalmente nos museus, sem
cores exceto pela apresentada por seu material bruto. No entanto,
muitas delas foram originalmente pintadas em cores vivas de ouro,
vermelho, azul, amarelo e toda uma gama de tons.
“A impressão de esculturas de calcário e
mármore branco domina nossa imagem da antiguidade clássica no mundo
mediterrâneo. Fascinados pela aura de pureza do material, nos
concentramos exclusivamente na forma. No entanto, sabemos que a
arquitetura e escultura antiga eram pintadas em cores vivas”, destacou o Museu de História da Arte de Viena, descrevendo a gloriosa exposição “Deuses em cor”, que tem percorrido o mundo.
Anos atrás, o arqueólogo Vinzenz
Brinkmann, ex-curador do Museu Glyptothek, e Raimund Wünsche, visando
corrigir esse equívoco popular, prepararam uma exposição itinerante que
até hoje percorre os museus para mostrar como pareciam as estátuas
clássicas da antiguidade. Atualmente, a exposição tem se expandido.
Para mostrar a grande diferença entre o
que se vê hoje e como foi no passado, fizeram-se réplicas das obras
originais e pintaram-nas com os mesmos pigmentos identificados em
análises do revestimento desgastado. Uma técnica fotográfica especial,
que utiliza luz ultravioleta, destaca como luziam as estátuas originais.
Identificaram-se assim os desenhos e cores que à primeira vista não
eram percebidos.
“O que se via quando se caminhava
através de uma antiga cidade, um cemitério ou um santuário”, explica
Susanne Ebbinghaus, curadora de arte antiga do Museu Sackler, “seriam esculturas coloridas: mármore pintado, bronze colorido, imagens de ouro e marfim.”
“Isso muda completamente nossa imagem do
mundo antigo”, destacou Ebbinghaus, segundo a revista Archeology, do
Instituto Arqueológico da América.
Em vez do Calígula romano pálido visto
hoje nos museus, sua imagem pintada tinha as maçãs do rosto coloridas
mostrando suas bochechas arredondadas, seus lábios ligeiramente
vermelhos e seus cabelos castanhos claros.
De um arqueiro troiano emergiam várias
cores em que dominava o amarelo, no frontão do que foi o Templo de
Aphaes em Aegina. Sua pintura alegre com calças coloridas é claramente
evidenciada pela luz ultravioleta.
Ebbinghaus e outros arqueólogos pensam
que a maioria não presta atenção nos vestígios de pigmentos das estátuas
antigas que eram de base mineral com aglutinantes orgânicos e que foram
se desintegrando ao longo do tempo. É por isso que muitos dos restos de
pintura nas estátuas acabam perdidos durante a limpeza.
Com uma técnica chamada “luz rasa”,
aproxima-se uma lâmpada cuidadosamente de modo que o percurso da luz
seja praticamente paralelo à superfície do objeto. Quando usado em
pinturas, isto revela as pinceladas, a areia e a poeira. Em estátuas, o
efeito é mais sutil, pois a pintura desapareceu num ritmo diferente. No
entanto, os padrões elaborados se tornam visíveis com a luz
ultravioleta.
A luz ultravioleta faz com que muitos
compostos orgânicos se tornem fluorescentes, diferente das tintas
modernas, que os utilizam pouco. Este método pode identificar o padrão
do desenho e a cor. A espectroscopia de raios-x também é usada.
A pintura das estátuas e relevos também é
encontrada na Mesoamérica. No reinado Maia na Bacia de Mirador no norte
da Guatemala, os belos relevos que dominaram o estilo das imponentes
construções eram pintados com pigmentos que aderiam à camada de argila,
geralmente da cor vermelha.
Fonte: Epoch Times
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