A população da Idade do Gelo conseguiu sobreviver em grandes altitudes nos Andes peruanos há 12.400 anos, quase um milênio antes do que se pensava, anunciaram cientistas nesta quinta-feira.
Caçadores-coletores fizeram suas casas 4.500 metros acima do nível do
mar, apesar do pouco oxigênio, do clima glacial e da elevada radiação
solar.
A descoberta de ferramentas, de um refúgio de pedra e de ossos
animais e humanos no encrave arqueológico de Pucuncho sugere que essas
pessoas subiram até lá para se estabelecer.
"O enclave da bacia de Pucuncho sugere que os humanos do Pleistoceno
viveram com sucesso em altitudes extremamente elevadas", acrescentou o
estudo, publicado na revista "Science".
Os especialistas ainda não sabem se a comunidade chegou à área já bem
equipada para lidar com a altitude, ou se desenvolveu as
características necessárias para sobreviver.
O povo andino mostra hoje algumas adaptações genéticas, como maior
capacidade pulmonar e concentrações maiores de hemoglobina, que lhe
permite viver mais confortavelmente do que a média em altitudes com
pouco oxigênio.
Além disso, há indícios de que as pessoas viveram ali durante todo o
ano, em vez de subir apenas para caçar durante alguns dias para depois
descer.
Restos de todo tipo de animais foram encontrados no local, junto com fragmentos de esqueletos humanos e ferramentas de caça.
Os pesquisadores esperam saber mais sobre os hábitos dessa população,
estudando com mais profundidade o local, de difícil acesso para os
escaladores atuais.
"Nossa equipe subiu durante três ou quatro horas para chegar a esses
lugares", disse a arqueóloga Sonia Zarrillo, da Universidade de Calgary
(Canadá) e coautora do estudo.
"Foi uma escalada, levando todas as nossas ferramentas, equipamento
para acampar e comida. E toda noite tem geada. Algumas vezes, neva.
Esses lugares são incrivelmente difíceis de acessar", completou.
Fonte: Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário