A grande maioria dos filmes de ficção científica mostram alienígenas
como uma espécie de humanos de outro planeta. A maioria de nós não se
importa com isto, mas sempre há quem se pergunte o motivo de tal coisa.
Para
os filmes, provavelmente os motivos são psicológicos e econômicos. Nós
nos identificamos melhor com os alienígenas que são humanoides ou que
tenham traços humanoides. Michael H. New, astrobiólogo da NASA, aponta
que “a maioria dos alienígenas é humanoide por que são os humanos que
produzem ficção científica e, apesar de estarmos interessados no
‘outro’, nossa concepção de como seria o ‘outro’ é geralmente limitada”.
Economicamente
falando, também era mais barato e mais simples montar uma fantasia que
um ator pudesse vestir. Atualmente este motivo está quase superado, com o
avanço dos efeitos especiais e computação gráfica. A identificação
continua a mesma, no entanto.
Mas e os alienígenas “de verdade”? Existe alguma razão plausível para eles se parecerem conosco?
Panspermia
Uma
das razões para os alienígenas se parecerem conosco poderia vir da
panspermia – alienígenas humanoides espalhariam seu DNA pela galáxia, na
esperança de que a vida emergisse em formas familiares a eles. Ou, na
ausência de alienígenas humanoides, asteroides poderiam fazer este
serviço.
Esta é uma das opiniões dos cientistas: se existirem
alienígenas humanoides, o motivo deve ser alguma herança genética em
comum entre eles e nós. Essa ideia é muito mais plausível do que dizer
que a evolução produziria humanoides de forma totalmente independente em
outro planeta, sem nenhuma contaminação com DNA terrestre.
Se
encontrássemos alienígenas com a nossa cara, esta seria a explicação
mais plausível. O problema é que a panspermia só tem alguma chance de
acontecer com bactérias. E, neste quesito, o surgimento da espécie
humana só aconteceu aqui porque aqui é aqui. Quer dizer, nosso corpo,
nossa bioquímica e tudo em nós é reflexo do ambiente terrestre, sua
gravidade, composição atmosférica, e até mesmo o bioma.
Evolução convergente
Esta é outra ideia: humanoides poderiam evoluir em outros planetas porque este é um caminho plausível para chegar onde chegamos.
Temos
polegares opositores porque nossos ancestrais se penduravam em galhos e
seguravam ferramentas, caminhamos em pé porque isto foi útil para
nossos ancestrais, e temos sangue quente porque isto ajuda nosso cérebro
a funcionar melhor.
Outros alienígenas em outros planetas
poderiam vir a percorrer o mesmo caminho evolutivo e apresentar alguma
semelhança conosco – bipedalismo, simetria bilateral e outros aspectos
que também surgiram aqui no nosso planeta e evoluíram de forma
independente em vários animais diferentes, de suricatos a
velociraptores.
Talvez faça sentido imaginar que estas
características, tão vantajosas para nós, também apareçam em espécies
alienígenas. Em um livro de 1981, Life in Darwin’s Universe: Evolution and the Cosmos, Gene Bylinsky argumenta que existe um número limitado de soluções para formas de vida bem-sucedidas.
Ainda
assim não dá para descartar o ambiente do planeta que, com suas
particularidades, pode impor limitações diferentes sobre os organismos, e
produzir então seres totalmente diferentes.
Simetria bilateral
Mesmo
com todas as diferenças, a simetria bilateral, o fato simples que o
lado esquerdo é um reflexo do lado direito, com praticamente todos os
órgãos repetidos e espelhados, pode ser uma constante na vida
inteligente. E, tendo simetria bilateral, começam as semelhanças
conosco.
Com a simetria bilateral, a primeira coisa que acontece é
que os órgãos vêm em pares (membros superiores e inferiores, e suas
partes).
Entre os animais, a solução mais comum para deslocamento é o
quadrupedalismo, mas passar do quadrupedalismo para o bipedalismo não é
tão difícil assim. Mais ainda, os órgãos sensórios também tendem a vir
em pares – é só pensar nas orelhas e olhos (e esquecer por enquanto uma
só língua e um só nariz, além de uma só boca).
Apesar disso tudo,
a maioria dos cientistas acha improvável que alienígenas inteligentes
sejam humanoides ou tenham uma forma que lembre a forma humana. E você, o
que acha?
Fonte: TVJBrazil
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