Nestas redondezas da Serra do batista ocorreu o caso ufológico
O Sr. Ângelo Silva, morador da Serra do Batista e testemunha do fenômeno luminoso
Por Reinaldo Coutinho
Distante cerca de 17 km da sede do
município piauiense de Valença do Piauí, chegamos à sede da isolada
Fazenda Morada Nova, na Serra do Batista. Ali fomos entrevistar o sr.
Ângelo Pereira da Silva, morador daquele ermo recanto.
O Sr. Silva se mudou para aquela
fazenda em 1979. Por essa época já havia acontecido nas redondezas um
estranho caso supostamente ufológico com tal de Firmino, pessoa muito
conhecida na região.
Soubemos
através de nosso anfitrião que o tal Firmino estava numa espera (tocaia
de caçada) em uma noite escura. De repente, lá vem o que os caboclos
chamam de aparelho, iluminando tudo. Ficou tudo tão claro que poderia
ser achada uma agulha no chão. É um ponto comum em todos estes tipos de
casos.
Só que
desta vez o aparelho não era tão pacífico como de maneira usual são
noticiados nos nossos sertões. Este avançou pelas árvores e se aproximou
ameaçadoramente de Firmino, que estava numa rede no alto de uma árvore,
lançando-o violentamente ao chão. O caçador se arrebentou todo na
queda, saindo todo rasgado de galhos.
Desorientado e apavorado, Firmino
correu aleatoriamente para qualquer direção, vez por outra batendo o
rosto contra as árvores, escorregando, se arranhando e arrancando as
unhas dos pés nos lajeiros. Até que perdeu de vista o aparelho e a
luminosidade.
Então Firmino desmaiou, esgotado pelo susto e pelo cansaço da fuga.
Encontraram o infeliz no outro dia, desmaiado e sangrando muito. Mas
sobreviveu para contar seu estranho caso.
Perguntamos ao Sr. Ângelo o que seria este aparelho, ao que ele nos respondeu:
No
começo eu tinha muito medo, pois o povo dizia que era o Chupa, uma
coisa que tirava o sangue da gente. Mas depois, de tanto a gente ver e
ouvir nossos amigos contando as histórias, nós até que nos acostumamos.
Todo mundo viu. O caçador dessa região que fez alguma espera de 1979 a
1982 e disser que não viu está mentindo.
Passamos então, a ouvir o Sr. Silva contar o caso acontecido com ele próprio:
Eu mesmo já vi muitas vezes
aqui no sítio. Uma vez foi a pior de todas. Eu fui com meu irmão Manoel a
uma caçada e do ponto que ele tava, um aparelho arrodeou ele. O mano
ficou apavorado, com os olhos esbugalhados, sem coragem de se mexer. A
claridade era tanta que deu nas faveiras do lugar e os caititus se
deitaram de susto. Até os bichos do mato têm medo desse troço.
Mesmo com muito medo apontei
minha espingarda para o bicho e disparei. Não sei se acertei moço. Mas o
certo, é que o aparelho nunca mais apareceu. O Período de ele assustar a
gente aqui foi de 1979 a 1982.
E como era esse aparelho? - Perguntamos.
A bem da verdade a gente só via
mesmo era o clarão que vinha de cima das folhas das árvores. A gente só
via o movimento, a luz caindo sobre a gente.
Era um brilho medonho e fazia
uma zoada assim como um ventilador velho. Ventava muito. Era como um
porta-vento. Lembro também que mesmo de longe parecia fazer uma friagem
danada. Meu irmão tava mais perto do aparelho e confirmou o frio.
O que esse relato tem em comum com
milhares de outros de nossos sertões é, além da intensa luminosidade, o
fato de que os caçadores quase nunca veem o aparelho propriamente dito,
mas sim apenas a sua luminosidade.
Acrescentamos
ainda que percebemos espontaneidade e seriedade nas palavras do Sr.
Ângelo Silva. Sutilmente, perguntamos a ele se poderia ser um
disco-voador. Ele respondeu que não sabia o que era o disco-voador. Na
época em que o entrevistamos (2001) a energia elétrica ainda não tinha
chegado a sua casa, que não possuía sequer um aparelho de televisão.
Nosso
amigo valenciano, o intelectual Antônio José nos contou que a tradição
popular reza que a razão de acontecerem tantos fenômenos estranhos na
serra do Batista é que ali haveria uma jazida de urânio. Também no
município de Pedro II, no norte do Piauí, terra de impressionantes
fenômenos, dizem a mesma coisa por causa de minérios...
Aliás, o mesmo Antônio José nos
contou uma marmotagem esquisita da serra. No final dos anos 60 seu tio
Aarão Tenório foi acometido por um destes fenômenos arrepiantes:
Meu
tio vinha do (vale do) Sambito da casa do compadre João, tocando seu
dócil e preguiçoso jumento pelas veredas da encosta da serra quando viu
uma figura com um objeto transformante na mão. Estava já escurecendo e
meu tio discerniu que a figura era um tipo de arco-íris. Assim uma coisa
difícil de se estabelecer. Só lembro que ele falava que o bicho mudava
muito de cor e de formato.
O
jumento estranhou aquilo. Começou a emburrar, parava, andava e hesitava.
De vez em quando meu tio ouvia um estridente grito, ali de longe. Ele
não estava muito perto da coisa. Só sei que ele viu muito aquela coisa
esquisita, que ele não sabia nem mesmo dizer o que era. Mas, ele sempre
disse que coisa nossa, aqui dos homens, não era. Até que o bicho
desapareceu e não se ouviu mais os seus gritos...
Meu
tio ficou tão impressionado que daquela época em diante nunca mais ele
viajou sozinho, nem que fosse só uma visita de umas léguas... Ele se
impressionou demais... Mas ele não passou por mentiroso porque muitos
outros sertanejos viram a marmota na serra do Batista. Principalmente no
final dos anos 60...
Coisas das solidões do Sertão...
Fonte: Portal Piracuruca
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