quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Descoberta de novos fósseis na Bolívia traz evidência de que macacos vieram da África




 
 
Os macacos do Novo Mundo, cuja origem sempre foi um mistério, viveram na América do Sul muito tempo antes do que se pensava e podem ter tido ascendência africana, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (4) pela revista "Nature".


"A primeira conclusão deste estudo é que os macacos do Novo Mundo viveram na América do Sul milhões de anos antes do que se pensava pelos registros fósseis encontrados até então", disse à Agência Efe Kenneth Campbell, paleontólogo do Museu de História Natural de Los Angeles (Estados Unidos).


Até o momento, os registros fósseis mais antigos dos macacos do Novo Mundo - 26 milhões de anos - haviam sido encontrados na região onde atualmente fica a Bolívia.


Nesta nova pesquisa, os cientistas encontraram dentes fósseis que aparentemente são 10 milhões de anos mais antigos e que pertencem a uma nova espécie de primatas pequenos, denominada Perupithecus Ucayaliensis.


"A segunda descoberta tem a ver com a forma de seus dentes, que são muito similares aos dos macacos africanos, o que indica uma possível ascendência da África", explicou Campbell.
 


Os novos exemplares descritos neste estudo têm "semelhanças surpreendentes" com os primatas africanos primitivos, o que sugere que esses símios da América do Sul tiveram sua origem na África.


De acordo com a pesquisa, os dentes encontrados não apresentam muitas semelhanças com os dos primatas sul-americanos (extintos ou não), mas com os africanos da época do período Eoceno (segunda época da era Cenozoica, entre cerca de 55 milhões de anos e 36 milhões de anos atrás).


O paleontólogo explicou as etapas do estudo.


"Primeiro achamos os novos fósseis, depois os identificamos como procedentes de macacos e mais tarde os comparamos com os registros fósseis já existentes e, por último, os interpretamos e descrevemos", afirmou.


Esses achados sugerem que o Perupithecus Ucayaliensis estava relacionado com os primatas africanos, mas os pesquisadores afirmaram que mais amostras são necessárias para que esta hipótese seja confirmada.





Fonte: BOL

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