Um mistério em torno da morte de nove pessoas - sete homens e duas
mulheres - em uma montanha da Rússia acaba de completar 56 anos. No dia 2
de fevereiro de 1959 ocorreu a trágica e inexplicável morte de um grupo
de esquiadores no que ficou conhecido como Incidente do Passo Dyatlov.
As mortes ocorreram ao norte dos montes Urais, na costa leste da
montanha Kholat Syakhl, cujo nome significa Montanha dos Mortos na
linguagem mansi, povo da região. O nome Dyatlov é por conta do líder do
grupo Igor Dyatlov. De acordo com investigações posteriores, todos foram
vítimas de “forças desconhecidas”.
A expedição
O objetivo da expedição era alcançar o topo da montanha Otorten,
considerado um desafio difícil, porém todos os integrantes do grupo
possuíam experiência em escaladas.
Com a ajuda das anotações de viagem,
foi possível, identificar a rota do grupo até o dia da tragédia. No dia
1o. de fevereiro, o tempo na montanha piorou, os esquiadores se perderam
- provavelmente se separam - e resolveram montar acampamento.
A partir dali, provavelmente, começou uma sequência de horrores
causada por algo desconhecido. Sem sinal dos esquiadores, as buscas
tiveram início no dia 20 de fevereiro.
Seis dias depois, foram
encontrados os primeiros corpos. Eles estavam apenas com roupas íntimas,
indicando que os esquiadores estavam dormindo e tentaram fugir de
alguma coisa ameaçadora. Estima-se que naquela noite a temperatura
deveria estar em torno de -25 C e -30 C graus.
Próximo dali, entre 300 e 630 metros, foram encontrados, outros três
corpos. Pela maneira que estavam dispostos, a hipótese é de que
estivessem tentando voltar às barracas. Os outros quatro esquiadores só
foram encontrados mais de dois meses depois, no dia 4 de maio, sob
quatro metros de neve.
O que aconteceu?
Mais tarde, uma investigação constatou que ao menos quatro dos
esquiadores receberam ferimentos fatais - dois no crânio e dois no
tórax.
Um dos corpos estava sem a língua. O que espantou os
investigadores foi a força usada nestes ferimentos, praticamente
impossível para um ser humano. Os corpos não tinham machucados externos e
pareciam ter sido submetidos a uma grande pressão. Para adicionar mais
mistério à história, também foi encontrado um alto índice de radiação
nas roupas dos esquiadores.
De início, suspeitou-se que as mortes tivessem sido causadas pelo
povo indígena Mansi, porém não havia qualquer tipo de pegadas ali, a não
ser as dos esquiadores.
Nos ano 90, pessoas envolvidas na investigação
revelaram que houve relatos naquela época de que "esferas voadoras
brilhantes" foram avistadas na área, mas nada pode ser comprovado - anos
mais tarde, foi divulgado que as luzes foram causadas por testes de
mísseis balísticos R-7. Sem ter como resolver o caso, a investigação
final apontou que o grupo morreu vítima de "força desconhecida" e o caso
foi arquivado. O incidente só veio à tona na década de 1990.
Nova teoria
No ano passado, o produtor de cinema e de TV norte-americano Donnie
Eichar divulgou uma teoria após cinco anos de pesquisa. De acordo com
ele, o grupo estava na hora errada e no lugar errado e se deparou com a
chamada “tempestade perfeita”.
Segundo Eichar, o fenômeno é um
minitornado violento que produz um ruído ensurdecedor, que pode gerar
uma grande quantidade de infrassom, capaz causar vibrações no corpo
humano, provocando perda de sono, falta de ar e, acima de tudo, um
pânico indescritível e incontrolável. O terror, amplificado pela
escuridão da noite e do barulho do tornado, teria levado os jovens à
loucura e à morte.
Teorias à parte, morreram misteriosamente Igor Dyatlov, o líder da
expedição, com 23 anos; Zinaida Kolmogorova, 22; Ljudmila Dubinina, de
23 anos, que foi encontrado sem língua; Aleksandr Kolevatov, 24; Rustem
Slobodin, 23; Jurij Krivoniščenko, 24; Jurij Dorošenko, 21; Nikolaj
Tibo-Brin'ol ', 37; Alexander Zolotarev, que em 2 de fevereiro havia
completado 38 anos.
Fonte: History
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