Animal pré-histórico viveu na América do Sul há cerca de 10 mil anos atrás. Pampatherium, que significa animal dos pampas, foi encontrado na Bahia.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
participou da descoberta do fóssil de um tatu pré-histórico gigante na
Bahia.
O Pampatherium (que significa animal dos pampas) era uma espécie
encontrada na América do Sul e foi localizado na Chapada Diamantina
(BA). O achado é a estrutura mais completa já encontrada do animal de
dois metros e mais de 200 quilos que viveu há cerca de 10 mil anos atrás
na América do Sul.
Os esqueletos de três animais da mesma espécie foram achados por um grupo de pesquisadores de São Paulo durante a exploração de uma caverna em fevereiro de 2014. Eles chamaram os especialistas da UFSCar para resgatar os fósseis, mas o trabalho não foi simples. Em alguns pontos da caverna, a equipe precisou trabalhar deitada.
“Fomos até o fundo da caverna trazendo esse material através de cordas e
escadas que foram montadas no interior da caverna, pois estava em um
local de difícil acesso. Ele provavelmente morreu e tombou lateralmente.
Uma parte dele ficou soterrada no sedimento da caverna. Ao todo umas
mil placas se desfragmentaram, elas acabaram se soltando do corpo do
animal e também acabaram ficando no pavimento da caverna, soltas”, falou
o paleontólogo da UFSCar, Marcelo Fernandes.
Características
De volta a São Carlos (SP), os pesquisadores montaram o esqueleto do animal, com exceção do casco que ainda será encaixado.
As placas ainda
estão guardadas em caixas e impressionam pela grandeza. Para se ter uma
ideia, a maior espécie de tatu existente é a Canastra, que chega a medir
um metro e pesar, no máximo, 90 quilos. Essa espécie ainda pode ser
encontrada na América do Sul.
Além do tamanho, a alimentação do Pampatherium não era como a dos outros
tatus. “Através da análise dos dentes desses animais nós chegamos à
conclusão de que eles se alimentavam principalmente de plantas e grama.
Diferentemente dos tatus atuais que são principalmente onívoros e se
alimentam de tudo: de insetos, carniça e algumas plantas”, explicou o
doutorando da UFSCar, Jorge Felipe Moura de Jesus.
Antes dessa descoberta, o maior exemplar da espécie estava em uma universidade em Belo Horizonte (MG) e possui aproximadamente 60% da estrutura. O que foi encontrado na Bahia está bem mais completos: faltam menos de 10 ossos.
“Ele vem a acrescentar muito à descrição morfológica
da espécie. Então ele praticamente permaneceu em um estado de dormência
por quase 10 mil anos, então isso vem acrescentar muito para a gente
poder descrever uma nova espécie e talvez novas espécies, inclusive”,
comentou Fernandes.
Fonte: G1
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