sábado, 25 de julho de 2015

Plutão teria vapores na atmosfera e geleiras móveis









Após cadeias montanhosas e vastas planícies geladas, a sonda norte-americana New Horizons enviou novas imagens mostrando vapores na atmosfera de Plutão e sinais de movimentos de gelos de nitrogênio e metano em sua superfície.


"Dez dias após o sobrevoo de Plutão nós podemos dizer que nossas expectativas foram mais do que superadas", comemorou na sexta-feira John Grunsfeld, administrador da missão científica da Nasa.


"Com gelo em movimento, uma composição química original de sua superfície, suas cadeias montanhosas e suas brumas, Plutão revela uma diversidade geológica muito emocionante", afirmou o cientista em entrevista coletiva.


Sete horas após passar o mais perto de Plutão em 14 de julho, a New Horizons abriu um instrumento óptico sobre o planeta anão, o que permitiu captar os raios do sol passando por sua atmosfera.


As imagens mostram os vapores subindo até 130 km acima da superfície. Uma análise preliminar indica duas camadas distintas, uma a cerca de 80 km de altitude e a outra cerca de 50 km.


"Esses vapores são um elemento-chave para criar componentes de hidrocarbonetos complexos que dão à superfície de Plutão sua cor avermelhada", explicou Michael Summers, um astrônomo da missão.


As últimas imagens da New Horizons também revelam sinais de movimentos do gelo na superfície de Plutão, sinal de atividade geológica recente - algumas dezenas de milhões de anos - no planeta, o que surpreendeu os cientistas.


No norte de uma vasta planície chamada "Sputnik Planum", do tamanho do estado norte-americano do Texas, foram encontrados indícios muito claros de movimentos de uma placa de gelo de metano, nitrogênio ou de monóxido de carbono - muito presente nesta área. Estes movimentos podem ocorrer agora, de acordo com os pesquisadores.


"Esses fenômenos são semelhantes aos observados na Terra com as geleiras", observou Bill McKinnon, outro cientista da New Horizons.


"Na parte mais ao sul da porção em forma de coração, adjacente à zona equatorial que é escura e aparentemente mais antiga com muitas crateras, parece que os depósitos de gelo são muito mais recentes", observou McKinnon.


"Todas as atividades observadas em Plutão sugerem que este planeta tem um núcleo denso rodeado por uma espessa camada de gelo, o que aumenta a possibilidade da existência de um oceano líquido sob o gelo", disse Bill McKinnon.


A New Horizons vai continuar a transmitir dados coletados até o final de 2016. A sonda está atualmente a 12,2 milhões de quilômetros além de Plutão, mergulhando no Cinturão de Kuiper.





Fonte: UOL

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