Um grupo de moradores torturou três mulheres em uma região remota de
Papua Nova Guiné acusadas de praticar bruxaria e provocar a morte de uma
pessoa, que morreu na semana passada de causas naturais, informou nesta
quarta-feira (data local) a imprensa local.
O inspetor Mas Tuman explicou que uma multidão perseguiu as três
mulheres e as torturou com espetos em chamas em um povoado perto da
cidade de Mendi, capital da província de Southern Highlands (centro do
país).
Duas das mulheres conseguiram escapar e alertaram a Polícia, que
recuperou a terceira, embora esta última tenha decidido depois ficar no
povoado onde foi atacada com o risco de voltar a ser perseguida, segundo
a "Rádio New Zealand".
Em Papua Nova Guiné aumentaram nos últimos anos os ataques contra
pessoas acusadas de praticar a bruxaria e a magia negra, embora muitos
observadores deste fenômeno acreditam que se trata de ações que mascaram
a violência motivada pelos ciúmes ou pela cobiça, acrescentou a fonte.
Em 2013 foram cometidos vários assassinatos vinculados com a prática da
bruxaria e inclusive a jovem Kepari Leniata foi queimada viva, o que
motivou uma campanha internacional contra estes assassinatos por causa
de suposta bruxaria.
A Papua Nova Guiné, onde são muito difundidas as práticas
supersticiosas, derrogou em 2013 a Lei de Bruxaria vigente desde 1971,
que proibia praticar "magia negra ou feitiços para causar dano" e
permitia justiçar as pessoas acusadas de bruxaria, embora estas
acusações sejam difíceis de provar.
O Parlamento do país aprovou esse ano várias emendas ao Código Penal
para que a pena de morte seja aplicada para punir os assassinatos, os
estupros individuais, coletivos ou contra menores de dez anos.
Fonte: Terra
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