quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Macaco gigante entrou em extinção por não conseguir mudar de dieta




Ilustração reconstitui dimensões aproximadas do Gigantopithecus (Foto: H. Bocherens/Senckenberg)


Paleontólogo Friedemann Schrenk segura um dente do macaco gigante Gigantopithecus (Foto: H. Bocherens/Senckenberg)
 
 
 
Primata de até 3 metros e 500 kg desapareceu há 100 mil anos, diz estudo. Animal comia frutas que sumiram quando florestas se tornaram savanas.
 
 
O Gigantopithecus, um macaco gigante com ares de King Kong, desapareceu da da Terra há 100 mil anos por ser incapaz de se adaptar sua dieta. O primata, que vivia em florestas asiáticas, alimentava-se de frutas e não conseguiu sobreviver às mudanças ambientais que transformaram vegetações densas em savanas.


Medindo de dois a três metros de altura e com peso adulto estimado entre 200 kg e 500 kg, ele é o maior símio que já existiu. O auge de sua sobrevivência foi há 1 milhão de anos, no sul da China e no Sudeste Asiático continental.


Os remnanescentes fósseis do Gigantopithecus encontrados até agora se limitam a quatro mandíbulas inferiores e centenas de dentes isolados, afirmam cientistas autores do trabalho.


"Isso é claramente insuficiente para dizer se o animal era bípede ou quadrúpede ou mesmo imaginar as suas proporções", afirma Hervé Bocherens, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, coautor do estudo publicado pelo periódico científico "Quaternary International".


O "parente" vivo mais próximo do animal é o orangotango, mas não se sabe se a pelagem do macaco gigante também era avermelhada, ou se era preta como a de um gorila.


Com uma equipe internacional de pesquisadores, Hervé Bocherens estudou o esmalte do dente gigante mostrando que o Gigantopithecus viveu exclusivamente na floresta e era vegetariano.


Os primeiros fósseis do primata haviam sido encontrados em 1930, entre os "dentes de dragão" vendidos como remédio popular numa farmácia chinesa.


Para os pesquisadores, o tamanho do Gigantopithecus e o fato de que ele estava confinado a apenas um tipo de habitat o levaram à extinção. Os parentes deste grande macaco, porém, como o orangotango, ainda estão por aqui, mas têm um metabolismo lento e podem sobreviver com pouca comida.


"Por causa de seu tamanho, o Gigantopithecus certamente precisava de uma quantidade maior de alimentos", avaliou o pesquisador.


Mas no Pleistoceno -- entre 2,6 milhões de anos atrás e 12 mil anos atrás -- muitas áreas de floresta se transformaram em savanas, onde não havia concentração de alimento necessária a um primata tão grande, afirma Hervé Bocherens.




Fonte: G1

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