Uma carcaça de mamute congelada encontrada no Ártico traz evidências
de que a chegada do homem ao continente pode ter ocorrido 10 mil anos
antes do que os registros anteriores mostravam.
O animal foi encontrado
com ferimentos aparentemente por lanças afiadas que só podem ter sido
feitos por homens em um período que não se imaginava que já estivéssemos
por lá.
O achado, publicado na edição desta quinta-feira, 14,
da revista Science, sugere que humanos estiveram no Ártico da Eurásia
cerca de 45 mil anos atrás. Registros encontrados anteriormente
apontavam a presença humana na região em geral entre 35 mil anos e 30
mil anos atrás.
A descoberta do mamute foi feita por
pesquisadores russos, liderados por Alexei Tikhonov, da Academia de
Ciências Russa, em 2012, em uma falésia na costa oriental da Baía de
Yenisei, na região central do Ártico siberiano.
De acordo com os
cientistas, os ossos do animal apresentavam diversos estranhos
ferimentos em diversas partes, como nas costelas, na presa direita e na
mandíbula. Análises indicaram que foram feitos por alguma arma afiada,
como uma lança.
Pela análise, um dos golpes visava a base do tronco do animal. Os
autores lembram que esse método de caça ainda é praticado na África por
caçadores de elefante, que têm como alvo a base do tronco para cortar
grandes artérias e causar uma hemorragia fatal.
É uma espécie de golpe
final depois de o animal ter sido bastante ferido, como parece ser o
caso do mamute siberiano, que tinha várias lesões na região torácica
(costelas e escápula esquerda).
Para os pesquisadores, a
descoberta não deixa dúvida de que homens estiveram presentes no Ártico
siberiano há 45 mil anos. Provavelmente foi a caça de mamutes que
possibilitou que eles vivessem na inóspita região e se espalhassem pelo
norte.
O domínio dessa técnica pode ter sido um importante salto
cultural para a sobrevivência da espécie. Dali eles teriam chegado
depois ao estreito de Bering e, então para a América, antes de a última
era do gelo chegar a seu ponto máximo.
Fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário