sábado, 26 de março de 2016

Cientista brasileiro cria galinha com perna de dinossauro



 
 
Cientistas da Universidade do Chile, liderados pelo brasileiro João Botelho, manipularam geneticamente o desenvolvimento de um embrião de galinha para fazer com que o pintinho nascesse com uma perna típica de um dinossauro. 
 
 
Apesar da ideia parecer bem assustadora, a explicação científica deixará a coisa toda mais clara – mas não necessariamente menos assustadora. O foco está na formação dos ossos da perna da galinha: a fíbula e a tíbia. 
 
 
O primeiro é um pequeno osso localizado na parte inferior da perna, enquanto o segundo é o maior osso do membro. Nos dinossauros, ancestrais das aves que conhecemos hoje, a fíbula é bem maior e atinge todo a extensão da perna, até o tornozelo. 
 
 
Durante a evolução, as aves perderam a extremidade inferior deste osso, que já não se conecta mais ao tornozelo, sendo bem mais curto do que a tíbia. Ainda no século XIV, cientistas notaram que embriões de aves desenvolviam primeiro uma fíbula tubular, parecida com a dos dinossauros, e apenas depois a tíbia ficava maior do que ela – é aí que entra a pesquisa de João Botelho. 
 
 
O brasileiro decidiu estudar o que acontece por trás dessa transformação e constatou que mecanismos moleculares de maturação estavam ativos desde muito cedo na extremidade inferior, cessando a divisão celular e o crescimento do osso. Quando um gene de maturação chamado Indian Hedgehog foi inibido, os animais passaram a apresentar uma fíbula tão grande quanto a tíbia e ligada ao tornozelo – assim como a dos dinossauros. 
 
 
Os cientistas acreditam que a maturação precoce na extremidade inferior da fíbula acontece por causa da influência de um osso que fica perto do tornozelo, o calcâneo. Diferente de outros animais, o calcâneo dos embriões das aves faz pressão contra a extremidade da fíbula. 

Esta é a segunda vez que Botelho está tentando conseguir uma reversão experimental a um traço de dinossauro em aves. Anteriormente, ele tinha conseguido desfazer a evolução do dedo da pata das galinhas que vira para trás na hora de se empoleirar. Na ocasião, ele também usou modificação genética para produzir aves sem este tipo de dedo, deixando-os mais parecidos com os dos dinossauros. 
 
 
No ano passado, o brasileiro também criou uma galinha com "nariz de dinossauro", alterando o gene de expressão do embrião. Apesar de todas essas experiências, os cientistas asseguram que não estão tentando produzir dinossauros. 
 
 
"Os experimentos estão focados em características individuais, a fim de testar hipóteses científicas", explica Alexander Vargas, que trabalha no laboratório com Botelho. "Naturalmente, isto leva a hipóteses sobre a evolução do desenvolvimento, que pode ser explorada em laboratório", completou. De qualquer forma, preferimos manter distância de ilhas isoladas até que eles parem com essa fissura por recriar partes de dinossauros.



Fonte: Canaltech

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