Espécie saiu do controle e ameaça moradores da Colômbia.
O que começou como uma imagem surreal, hipopótamos vagando por estradas e
áreas rurais no departamento de Magdalena Médio, na Colômbia, está se
tornando um problema de dimensões inimagináveis para a população local.
Por capricho, o falecido narcotraficante Pablo Escobar trouxe quatro
hipopótamos africanos para sua lendária "Fazenda Nápoles" em meados dos
anos 1980. Além deles, Escobar ainda levou elefantes, girafas e outras
espécies exóticas para "Nápoles".
Após sua morte, o Estado tomou conta
de seu patrimônio, distribuindo os animais por diversos zoológicos do
país. Os hipopótamos -- três fêmeas e um macho --, no entanto, foram
deixados no local aos próprios cuidados e nos últimos anos se
reproduziram exponencialmente.
Atualmente, a população local sofre com os ao menos 35 animais,
descendentes dos primeiros hipopótamos, pesando cerca de duas toneladas
cada, conhecidos por sua agressividade. Recentemente, a questão virou um
assunto recorrente nas redes sociais dos colombianos e vieram à tona
diversos vídeos caseiros dos bichos feitos por moradores da região.
Nas
imagens, eles podem ser vistos entrando em plantações, quintais de casa,
espantando rebanhos de gado e andando por estradas rurais,
aparentemente, sem nenhum medo.
O biólogo David Echeverri, da Corporação Autônoma Regional das Bacias
dos Rios Negro e Nare (Cornare, na sigla em espanhol), explicou, em
entrevista à
ANSA
, que não se trata de um problema novo, "mas o que preocupa é que se
tornou algo repetitivo". "Antes eles apareciam uma ou duas vezes por
ano, agora é uma vez por mês. Isso tem muito a ver com o aumento da
população", acrescenta.
Segundo os especialistas, os hipopótamos encontraram naquela região da
Colômbia um ambiente tranquilo, sem ameaças de outras espécies, com água
e alimentos. "Isso não deixa de ser um perigo, pois não sabemos que
hora eles vão ter uma reação agressiva. Por isso pedimos que a população
esteja precavida", concluiu.
O Cornare espera conseguir castrar os machos para frear o crescimento
da população de hipopótamos e também tem a esperança de que algum
zoológico estrangeiro se interesse pelos animais no futuro.
Fonte: Terra
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