Ele tem cabelos longos e ondulados, uma grossa barba "viking" e manchas
suaves em torno de seu rosto. Foi brutalmente assassinado com golpes na
cabeça, há 1.400 anos. Mas todo seu rosto pode ser visto agora, após um
trabalho de reconstrução facial utilizando imagens em 3D feito por
pesquisadores da Universidade de Dundee, na Escócia.
O rosto do homem, pertencente ao povo Picto, que habitou a Escócia
no fim da era dos metais, foi revelado em imagens realistas de
computador. Elas foram produzidas com um programa que usa fotografias
digitalizadas do esqueleto para gerar diversas camadas do rosto, como
músculos e pele. Após a reconstituição, os pesquisadores descreveram o
homem como "surpreendentemente bonito".
O esqueleto do homem
Picto foi encontrado em uma caverna na Ilha Negra, na Escócia. Eles
ficaram surpresos devido à posição em que foi encontrado: de pernas
cruzadas, algo incomum, com pedras grandes prendendo suas pernas e
braços. Após análise de antropólogos, foram identificadas as lesões que o
homem sofreu antes de morrer. Ao menos cinco impactos resultaram em
fraturas na face e no crânio.
"Este é um esqueleto fascinante em
um estado notável de preservação, que tem sido habilmente recuperado.
Ao estudar seus restos, aprendemos um pouco sobre sua curta vida, mas
muito mais sobre sua morte violenta", diz o antropólogo forense Dame Sue
Black.
Morte bárbara
Segundo os pesquisadores, o primeiro impacto
quebrou seus dentes no lado direito da boca. O segundo quebrou sua
mandíbula no lado esquerdo. O terceiro resultou em fratura na parte de
trás da cabeça. O quarto impacto atravessou o crânio de lado a lado. O
quinto, no topo do crânio, deixou o maior buraco. Foram utilizadas armas
como pedras em todos os ataques.
A datação feita com o método
do Carbono 14 indica que ele morreu entre 430 e 630 DC. O esqueleto foi
descoberto quando uma equipe estava escavando o local com objetivo de
determinar quando a caverna fora ocupada.
Abaixo de camadas
relacionadas com o uso da caverna desde a virada do século 20, eles
encontraram evidências de que o local tinha sido utilizado para ferraria
durante o período Picto. Contudo, o achado inesperado do esqueleto deu à
caverna um significado diferente.
"Embora não saibamos por que o
homem foi morto, a disposição de seus restos nos dá uma visão da
cultura daqueles que o enterraram. Talvez seu assassinato fosse o
resultado do conflito interpessoal. Ou havia um elemento sacrificial
relacionado à sua morte?", questiona o líder das escavações, Steven
Birch.
Os pesquisadores esperam que a análise do esqueleto forneça mais detalhes do lugar e da importância do homem.
Fonte: UOL
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