segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

REZANDO ENTRE OSSOS

Muro de Caveiras em Évora, Portugal

Coluna de Caveiras, Évora, Portugal

Candelabro de Ossos em Kutna Hora

Outro Candelabro de Ossos

Brasão da Familia Schwazenberg feito de Caveiras e Ossos em Kutna Hora

A história da capela de Kutná Hora começa em 1278, quando o rei Otakar II da Boêmia, enviou em missão diplomática a Terra Santa, o abade Henry, prior do monastério cisterciense de Sedlec em Kutná Hora, fundado em 1142 e localizado há 70 quilômetros de Praga, capital da República Tcheca.

Em Jerusalém, o abade Henry recolheu terra do Calvário (Gólgota em aramaico, em latim Kraniou Topos, ou caveira), local onde Cristo teria sido crucificado. Na volta da peregrinação, parte da terra foi espalhada no cemitério do monastério de Sedlec, tornando-o mais que um campo santo, mas um verdadeiro pedaço da Terra Santa.

O local transformou-se em objeto de peregrinação, não somente dos habitantes da Boêmia, mas de toda a europa central que ali pretendiam ser enterrados. Milhares de pessoas foram enterradas em Sedlec na idade média, principalmente durante a peste negra que matou um quarto da população européia e alcançou a Boêmia em 1318, e durante as Guerras Hussitas, na primeira metade do século XV.

Após 1400, os monges cistercienses aboliram os túmulos, e erigiram no meio do cemitério uma capela em estilo Gótico que mais tarde, em 1511, serviria como ossuário. A capela foi remodelada em estilo Barroco entre 1703 e 1710 pelo famoso arquiteto tcheco, de origem italiana, Jan Blazej Santim-Aichl.

O presente arranjo de ossos data de 1870, e foi confeccionado pelo mestre-escultor Tcheco, Frantisek Rint, contratado pela familia Schwarzenberg. Contém aproximadamente os ossos de 40 mil pessoas.

Em Évora, na região do Alentejo, em Portugal, encontra-se a Capela dos Ossos na Igreja de São Francisco. Construída no século XVII, por iniciativa de três frades franciscanos no antigo dormitório dos monges, a capela foi edificada com milhares de ossos provenientes do cemitério do convento, de igrejas e cemitérios locais. Em cima de seu pórtico, a frase " Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos" , ilustra a transitoriedade da vida expressa pelos monges fundadores.

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