Um pedido da comunidade de ufólogos pela liberação de documentos sigilosos da Aeronáutica, justificado pelos relatos de aparição de óvnis, foi o primeiro tema a ser tratado no 12º encontro "Diálogo com o Universo", promovido na região de Botucatu, a 238 km de São Paulo.
A platéia entusiasmada, de cerca de 200 pessoas que já se conheciam de edições anteriores, ouviu com atenção a primeira palestra do ufólogo Ademar Gevaerd, na noite de sexta-feira (5).
"Estamos sendo visitados por várias civilizações provenientes de outros planetas", disse. "Tenho como intuição que caminhamos para uma resposta que todos buscamos".
O requerimento tramita na Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas da Presidência da República.
Ufólogos acreditam que o acesso vá ser liberado.Para o grupo de aficionados por histórias de objetos voadores não-identificados (óvnis) e alienígenas, o caso é apenas o começo de um fim de semana de muitas informações, incluindo palestras como "Jesus Cristo, um alienígena incompreendido" e "ÓVNIS: evidências incontestáveis".
O publico fiel de homens e mulheres, adolescentes e idosos, se entusiasma com teorias criadas com uma série de relatos, como uma conspiração a sinalizar estar próximo de ocorrer um contato entre humanos e alienígenas.
Experiências diferentes
Participantes entrevistados pelo G1 divergem ao responder se acreditam que possa existir vida extraterrestre. O operador de plataformas navais, Carlos Renato Vitali, 34 anos, começou a ler livros de ufologia apresentados pelo pai aos 6 anos de idade.
"Todo dia vejo algo relacionado à ufologia", disse Vitali que acredita na existência de uma civilização avançada em outro planeta distante da Terra.
Ele disse que em uma meditação já viu "luzes" que poderiam ser de uma "nave espacial". "Naves aparecem em todos os instantes, mas em outros planos", justificou.
"Não se tem provas de absolutamente nada", disse. "Esse assunto é tão carente de fatos que pode se tornar uma coisa brincalhona".
Para Olivieri, depois de anos indo a congressos de ufologia, as histórias se tornaram repetitivas. "É muito repetitivo, mas sempre aparece alguma coisa nova", disse o participante ao explicar por que é freqüentador dos encontros.
Pseudociência
A ufologia é criticada nas universidades brasileiras. É chamada de "pseudociência" por intelectuais.
O astrônomo Cássio Barbosa, professor da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), acha "cientificamente inaceitável" tentar evidenciar a existência de ÓVNIS ou naves extraterrestres usando um binóculo para procurar sinais ao acaso.
"Para que alguma coisa fosse viável, teriam que fazer o dever de casa no método científico com uma hipótese, um problema, verificável em laboratório", disse.
O presidente da Sociedade Brasileira dos Céticos e Racionalistas, Renato Sabbatini, também considera "pseudociência" o que se convencionou chamar de ufologia.
"É uma sub-cultura de crédulos que desenvolvem uma pseudociência, que não tem base cientifica séria, mas chavões e métodos, que parecem ser sérios", disse Sabbatini, professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Fonte: G1
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