Ele explica que 96% dos acidentes ocorrem no pouso ou na decolagem. "Apenas em 4% dos casos, temos acidentes durante o voo.
No caso de um avião de grande porte, então, esse número cai para 1%". Para ele, tempestades e raios, por si só, não explicam o acidente. "Algo tem que ter ocorrido dentro da aeronave".
"Quando há um raio, ele literalmente passa pelo avião sem afetá-lo. Quanto às variações atmosféricas, ele tem como evitar.
E é bom lembrar que, duas horas antes dele, passou por lá um outro avião, que repassou informações sobre as condições do tempo", argumentou.
Ele prefere não arriscar hipóteses sobre o que houve, mas explica o que ocorreria se um raio rompesse a estrutura externa da aeronave.
"Algum defeito estrutural poderia permitir que a carga elétrica de um raio entrasse no avião e penetrasse nos sistemas. Isso provocaria uma pane geral".
De qualquer forma, ele é enfático. "Tem que ser o elemento atmosférico mais alguma coisa, senão não cairia".
Além disso, ele aposta que o piloto tenha, no mínimo, desmaiado antes do avião cair na água. "A falha ocorrida foi de natureza catastrófica.
O operador ficou incapacitado, pois, com um mínimo de condições, teria aberto o sinal de emergência. Ele não conseguiu nem apertar um botão em cima do painel. Algo tem que ter acontecido antes do avião cair".
Moacyr Duarte prefere, no entanto, aguardar mais evidências antes de prosseguir na avaliação. Explica, por exemplo, que, "se comprovarem que essa mancha de 5 km de destroços é realmente do avião da Air France, isso quer dizer que não houve uma explosão no ar.
Uma explosão em altitude, por exemplo, iria espalhar pedaços por uma distância muito grande, coisa que parece não ter ocorrido".
Por outro lado, se uma nova "mancha" de destroços for encontrada, ele aposta que poderia ter ocorrido a explosão. "De qualquer forma, vamos ter que calcular a corrente para excluir hipóteses".
Fonte: Último Segundo
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