191 pegadas fósseis foram descobertas em uma antiga pedreira em Murcia. Esta é uma espécie até então desconhecida que viveu no Mioceno. Também encontraram vestígios de antílopes, ursos e tigres dentes de sabre.
Uma equipe de investigadores espanhóis descreveu as primeiras pegadas fósseis (icnitas) de camelo encontradas na Europa, na Sima La Hoya, uma antiga pedreira situada na cidade de Múrcia Jumilla.
Esta espécie, até agora desconhecida, é muito semelhante ao atual camelo e viveu no Mioceno superior, há cerca de 6 milhões de anos.
Esta espécie, até agora desconhecida, é muito semelhante ao atual camelo e viveu no Mioceno superior, há cerca de 6 milhões de anos.
A pesquisa, apoiada pela Fundação Patrimonio Paleontologico de La Rioja, foi feita em um total de 191 icnitas pertencentes a um grupo de 10 a 15 indivíduos.
O estudo comparativo com outras pegadas semelhantes mostra a sua singularidade, ao apresentar novas caracteristicas, como um tamanho maior, contorno trapezoidal, eixos das almofadas de seus dedos retilineos, continuidade da parte dianteira, separação ampla e não terminada na ponta dos dedos ou ausência de sulco central, entre outras.
Graças as muitas icnitas em bom estado de conservação, se conseguiu novos dados sobre o comportamento das manadas de camelideos, e se confirmou algumas hipóteses sobre o seu hábito gregário, já que o conjunto de rastros fornece uma imagem do que seria a atividade animal ao redor do lago que ocupava o centro da bacia durante uma parte do Mioceno superior.
As características e distribuição das pegadas analisadas ( rastros paralelos que giram na mesma direção) correspondem a um grupo de animais que caminhavam juntos por uma espécie de lagoa salobra.
As pegadas mostram a configuração típica do modo de andar dos camelos, denominada "amblar", na qual as duas extremidades de cada lado do corpo estão se movendo simultaneamente.
O tamanho dos pés e o comprimento dos passos indicam que os indivíduos eram adultos de tamanho semelhante ao dos outros.
As pegadas mostram a configuração típica do modo de andar dos camelos, denominada "amblar", na qual as duas extremidades de cada lado do corpo estão se movendo simultaneamente.
O tamanho dos pés e o comprimento dos passos indicam que os indivíduos eram adultos de tamanho semelhante ao dos outros.
No sítio de La Hoya de la Sima também foram encontradas pegadas de cavalos, antílopes, ursos e tigres dentes de sabre.
Variedade de habitats
A associação do Hiparión (cavalo de três dedos), Tragoportax (pequenos e médios antílopes) e Paracamelus (camelo) é indicativo de uma forma aberta e mesmo árida de habitat, enquanto que a presença do Agriotherium (urso) poderia indicar a presença de florestas nas proximidades.
Os tigres dente de sabre (Machairodus) tolerariam uma grande variedade de habitats, como os grandes felinos de hoje e, portanto, sua presença não fornece muita informação sobre o ambiente que rodeou a lagoa.
Os tigres dente de sabre (Machairodus) tolerariam uma grande variedade de habitats, como os grandes felinos de hoje e, portanto, sua presença não fornece muita informação sobre o ambiente que rodeou a lagoa.
Sem dúvida, a presença do camelo confirma com grande precisão a idade Ventiense (uma alusão ao local do sitio valenciano de Venta del Moro) das icnitas, porque este grupo de animais habitou a Península Ibérica por um breve periodo de tempo (em termos geológicos) ao redor de 6 milhões de anos.
A combinação de espécies de mamíferos característicos de espaços abertos e outros de floresta sugere a presença de uma grande variedade de vegetação, onde os rios estariam rodeados por matas ciliares, já que o solo não é propício ao enraizamento das árvores.
Os mamíferos herbívoros estão melhor representados do que os carnívoros, tanto em número de rastros individuais como no número de espécies.
Além disso, a disposição em paralelo de muitas das pegadas mostra que esses animais herbívoros viajavam em grupos, indicando um comportamento gregário como muitos ungulados existentes que habitam espaços abertos.
Além disso, a disposição em paralelo de muitas das pegadas mostra que esses animais herbívoros viajavam em grupos, indicando um comportamento gregário como muitos ungulados existentes que habitam espaços abertos.
Os traços dos carnívoros, no entanto, são de indivíduos isolados, o que não elimina a possibilidade de comportamento social nestas espécies, mas mostra que os indivíduos que deixaram a sua marca no campo se deslocavam sozinhos.
Até agora, só foram encontradas pegadas semelhantes (embora pertencentes a outro gênero e espécie de camelideo) em depósitos do Texas, Arizona, Kansas, Califórnia, Wyoming, Dakota do Sul, Nevada, Novo México, Argentina e Turcomenistão.
A equipe foi chefiada por Félix Pérez Lorente, professor da Universidade de La Rioja e diretor científico da Fundação Patrimonio Paleontologico de La Rioja. A pesquisa, que começou em 1997, foi publicada na revista científica Ichnos.
Fonte: El Mundo
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