A polícia do Peru suspendeu o delegado que havia revelado ter prendido uma gangue que matava pessoas para vender gordura humana por ter fabricado o caso.
No mês passado, o delegado Felix Murga havia prendido quatro pessoas que teriam confessado ter matado até 60 pessoas.
O delegado havia dito que eles vendiam a gordura de suas vítimas por milhares de dólares o litro.
A polícia peruana revelou agora que o todo o macabro caso não passava de uma mentira.
Ficção
Em uma entrevista coletiva à imprensa há duas semanas, Murga havia apresentado duas garrafas supostamente com gordura humana e uma foto com uma cabeça decapitada.
Murga disse que os quatro suspeitos haviam confessado os assassinatos, imitando a lenda andina dos Pishtacos – os lendários assassinos que matavam pessoas em estradas para roubar sua gordura.
No entanto, as provas apresentadas pelo policial eram pura ficção.
O chefe de polícia do Peru, Miguel Hidalgo, anunciou que Murga foi afastado por tempo indeterminado por manchar a reputação da corporação.
As primeiras dúvidas sobre o caso surgiram quando a polícia da região onde os crimes teriam acontecido disse desconhecer completamente a suposta gangue.
Eles só comprovaram uma das dezenas de desaparecimentos alegados por Murga. A região é conhecida por tráfico de drogas e violência.
Murga e o diretor da divisão anti-sequestros haviam dito que a gordura era vendida por milhares de dólares no mercado negro europeu para a indústria de cosméticos, mas não confirmou nenhuma venda.
Especialistas do setor médico negaram essa tese, dizendo que a gordura humana não tem nenhum valor e que sua aplicação em outras pessoas seria até mesmo perigosa.
Alguns antropólogos afirmam que o policial usou deliberadamente o mito andino para explicar crimes que não conseguiu solucionar.
Para outros observadores, a história é um exemplo de notícia inventada usada no Peru para distrair o publico em geral de assuntos mais sérios.
Fonte: BBC
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