Pesquisadores solucionaram o que pode ser o mais antigo mistério da ciência planetária: a superfície em dois tons da lua de Saturno chamada Jápeto.
A estranha característica – um de seus lados é aproximadamente 10 vezes mais claro que o outro – tem sido um mistério desde que a lua foi observada pela primeira vez por Giovanni Cassini, em 1671.
Em dois artigos publicados online pela Science, pesquisadores solucionaram o enigma, usando imagens e dados de instrumentos a bordo da nave espacial chamada de Cassini.
Os estudos confirmam uma ideia anterior de que poeira, mais provavelmente vinda de alguma outra lua de Saturno, cai sobre o lado da frente de Jápeto à medida que ela orbita o planeta.
"É exatamente como um motociclista, que só acerta os insetos no lado da frente do capacete", disse Tillmann Denk, da Universidade Livre de Berlim, autor de um dos artigos junto a John R. Spencer, do Southwest Research Institute, e autor principal do outro.
Porém, o padrão dos traços da superfície – a área escura se estende ao lado de trás no equador, por exemplo – não é totalmente explicado pela deposição de poeira.
Em vez disso, segundo os pesquisadores, o motivo tem muito a ver com a rotação da lua sobre seu eixo, que leva 80 dias terrestres.
Uma rotação tão lenta (o "meio-dia" dura duas semanas) permite que o distante Sol aqueça as áreas mais escuras, cobertas de poeira, o bastante para que o gelo de água se transforme em vapor.
O vapor migra para outro lugar qualquer, voltando a congelar quando atinge áreas mais frias. As regiões que perderam o gelo ficam mais escuras, e as que ganharam gelo ficam mais claras.
Fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário