Um "mundo perdido" pré-histórico dominado por dinossauros em miniatura foi descoberto por paleontólogos.
As criaturas viviam em uma ilha - uma espécie de Jurassic Park pigmeu - e eram até oito vezes menores do que alguns de seus primos do continente.
Um dos habitantes da ilha, o Magyarosaurus, era pouco maior que um cavalo, mas está relacionado com algumas das maiores criaturas que já andaram na Terra - os titanossauros gigantes como o Argentinosaurus, que atingiu até 30 metros de comprimento e pesava em torno de 80 toneladas.
Outro dos dinossauros é uma espécie primitiva semelhante aos grandes herbívoros com bico- de-pato como o Iguanodon, que podia chegar a ter até 3 metros de comprimento e pesava mais de três toneladas.
Os fósseis dos dinossauros anões foram encontrados no que hoje é a Romenia, em uma área conhecida como Hateg, que a 65 milhões de anos - quando os animais viviam - era uma ilha.
O professor Michael Benton, da Universidade de Bristol, que realizou a pesquisa com cientistas das Universidades de Bucareste e Bonn, disse que os dinossauros parecem ter desenvolvido corpos menores quando ficaram isolados.
Ele disse: "A maioria dos dinossauros famosos que conhecemos estavam vivendo em grandes massas de terra no final do período Cretáceo".
"O curioso sobre a Europa neste momento é que era em grande parte coberta por mar e grande parte da Europa Oriental era uma espécie de arquipélago.
"Se você é um dinossauro grande em uma pequena ilha com alimento e espaço limitados, sob a pressão evolutiva, ou voce se extingue ou fica menor."
Os resultados derrubarão algumas percepções populares sobre os dinossauros, que são geralmente considerados os maiores animais que já espreitaram na Terra. Até mesmo seu nome, derivado do grego "lagarto terrivel", implica que os dinossauros eram criaturas gigantescas.
Os fósseis anões foram encontrados por um caçador de fósseis do século 19 chamado Barão Franz Nopcsa, que observou no momento em que descobriu os espécimes que eram anormalmente pequenos.
Suas observações provocaram debate entre os paleontólogos sobre se os dinossauros eram novas espécies diminutas ou simplesmente dinossauros jovens.
A maioria dos grandes dinossauros eram adaptados as caminhadas em massas enormes, onde seu território e fontes de alimentos eram abundantes. O seu grande tamanho também ofereceu proteção contra predadores.
No entanto, no final do período Cretáceo, cerca de 65 milhões de anos, grande parte da Europa estava sob a água, e Hateg, que agora está na Romênia central, formava uma ilha de 48.200 quilômetros quadrados - aproximadamente metade do tamanho da moderna Grã-Bretanha.
Os paleontólogos acreditam que o nível do mar na Europa isolou muitas espécies de dinossauros do resto do mundo, forçando-os a se adaptar aos seus novos habitats menores.
Modernas técnicas de análise já permitiram que os cientistas confirmassem que os restos de duas espécies comuns de dinossauros encontrados na ilha, e possivelmente uma terceira, eram de fato espécies diminutas.
Os pesquisadores descobriram que o Magyarosaurus, herbívoro de quatro patas, tinha um comprimento total estimado de apenas 4 a 5 metros e pesava apenas um oitavo de seus parentes maiores, como o Argentinosaurus e o Paralititan, que cresciam até 30 metros de comprimento e pesavam até 80 toneladas.
Um hadrossaurídeo, o Telmatosaurus também foi encontrado, e tinha apenas 3 metros de comprimento, em comparação com os 6 a 9 metros de seus parentes mais próximos. Estima-se que pesava apenas um oitavo de seus parentes como o Maiasaura com cinco toneladas.
Os cientistas dizem que uma terceira espécie, um herbívoro de duas patas conhecido como Zalmoxes, foi uma espécie anã possívelmente relacionada com o Tenontosaurus de 7 metros, e pesava cerca de um quarto do seu parente de duas toneladas. As novas descobertas serão publicadas na revista científica Palaeogreography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.
O professor Benton disse que muitos dos fósseis eram muito primitivos em termos de evolução para o período Cretáceo Superior, dando suporte para a teoria de que eles tinham ficado isolados na ilha.
Ele disse: "Há evidências de que esta ilha era tropical, ao norte do equador, com uma vegetação rica e insetos, mas para suportar centenas de animais, a pressão evolutiva obrigou-os a diminuir ou morrer.
Ele disse: "Há evidências de que esta ilha era tropical, ao norte do equador, com uma vegetação rica e insetos, mas para suportar centenas de animais, a pressão evolutiva obrigou-os a diminuir ou morrer.
"Existe muito pouca evidência de dinossauros carnívoros, assim a pressão para um grande tamanho corporal, para evitar ser comido, não era a mesma."
Os ossos fossilizados dos dinossauros anões são alguns dos primeiros exemplos de "nanismo insular" - onde as grandes espécies isoladas nas ilhas se tornam menores.
O processo evolutivo tem sido um tema debatido entre os cientistas na sequência de uma série de descobertas de espécies anãs de elefantes, mamutes, e até ancestrais dos seres humanos em ilhas.
Mais recentemente irrompeu uma intensa discussão sobre se os ossos de uma espécie extinta de humano descoberto na ilha de Flores, na Indonésia - que ficou conhecido como O Hobbit - eram de uma espécie de anão humano ou um jovem.
O Dr. Paul Barrett, paleontólogo do Museu de História Natural de Londres, onde os fósseis de referência dos dinossauros anões são mantidos, disse: "Isso certamente sugere que os processos evolutivos envolvidos no nanismo insular têm funcionado ao longo de milhões de anos."
"Apesar dos dinossauros serem normalmente retratados como sendo gigantescos, essa pesquisa também ajuda a enfatizar que alguns deles eram na verdade muito pequenos."
Tradução: Carlos de Castro
Fonte: Telegraph
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