quarta-feira, 10 de março de 2010

O verdadeiro rosto da múmia



O Hospital Quirón de Barcelona reconstruiu o rosto de uma múmia egípcia do século II d.C. conhecida como a Dama de Kemet.

Eles
usaram uma nova tecnologia não invasiva, tomógrafo helicoidal e um endoscópio, que permite conhecer detalhes da estrutura óssea dos restos arqueológicos.


A análise confirmou que o desenho do rosto que cobre a múmia tem características faciais coincidentes com a fisionomia real da múmia.


Se trata de uma adolescente de 15 ou 16 anos, 1,60 metros de altura, graciosa, e de constituição esbelta, que pertencia a um status social elevado e, possivelmente, morreu no parto.

A Dama de Kemet é uma múmia egípcia do período romano, datando de entre 150 e 200 d.C., e que desde 1998 faz parte da coleção do Museu Egípcio de Barcelona.

Tem uma bandagem em que aparecem pintadas imagens divinas que se referem ao ciclo eterno da vida, como explicou o presidente da Fundação do Museu Egípcio, Jordi Clos.

"Uma das suas principais características é a representação em seu rosto de um dos chamados" retratos de El Fayum ", que se situam em ordem cronológica, no período da dominação romana do Egito", acrescentou Clos.

A tomografia helicoidal feita permite dizer que "a imagem exibida na múmia é realmente um retrato quase fotográfico.


Dentes completos e nariz fino


Os estudos interdisciplinares, realizados pelo Hospital
Quíron e CRC Corporació Sanitária através do apoio do radiodiagnóstico, ajudaram a confirmar quem realmente foi a Dama de Kemet.

As pesquisas com a múmia
começaram em 1998 e foram feitas pelo Dr. Felix Escalas em colaboração com Xavier Lucaya, que conduziu o primeiro estudo morfológico e anatômico da múmia com tomografia.

Os resultados permitiram determinar seu sexo, idade e altura e também foi realizado um exame endoscópico em que foram obtidas amostras de osso laminar, linho, resíduos de madeira procedentes do tecido da múmia e tecidos macios para análise histológica.



A Dama de Kemet apresenta a dentição completa, nariz de traços finos e o ossos malares, do tipo mediterrâneo, e a semelhança da reconstrução facial e o retrato é "inegável".



Uma análise limpa


Segundo Félix Escalas, o estudo morfológico com tomografia tem vantagem sobre os tratamentos anteriores por ser não invasivo, de modo que não prejudica a múmia, em comparação com os procedimentos antigos, que obrigavam a remover todo o revestimento de linho para saber o sexo, a estrutura e a altura.

Na ausência de doenças e lesões que justifiquem a sua morte, a equipe de investigação deduz que a Dama de Kemet pode ter morrido de complicações no parto.

Q
uanto à ausência dos dois pés, a explicação, de acordo com Escalas, seria "uma origem traumática na época em que foi tirada do túmulo".


Tradução: Carlos de Castro


Fonte: ABC.es


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