Pela primeira vez astrônomos conseguiram observar o estranho objeto escuro que acompanha um sistema estelar binário, e que vinha intrigando pesquisadores desde o século 19.
Usando um instrumento desenvolvido pela Universidade de Michigan, os cientistas conseguiram "ver de perto" o eclipse de Epsilon Aurigae, que ocorre a cada 27 anos.
"Ver para crer", disse um dos autores do artigo que descreve a observação, John Monnier, e que está publicado na edição desta semana da revista Nature.
Epsilon Aurigae é a quinta estrela mais brilhante da constelação de Auriga. Há mais de 175 anos, cientistas sabem que ela brilha menos do que deveria.
E também determinaram que o brilho cai sensivelmente durante mais de um ano, em intervalos regulares. A teoria era de que se tratava de um sistema binário, com uma das estrelas invisível.
O disco de poeira, fotografado passando diante da estrela Epsilon Aurigae. Divulgação
A ideia era de que a estrela companheira era cercada por um denso anel de poeira. Essa teoria exigia que a órbita do disco deveria estar exatamente no mesmo plano da órbita da estrela menor em torno da mais brilhante, e que todos esses movimentos deveriam ocorrer no mesmo plano da linha de visão entre a Terra e o sistema. Este alinhamento é improvável, mas explica as observações.
As novas imagens confirmam que é exatamente isso o que ocorre. Uma nuvem translúcida pode ser vista passando diante de Epsilon Aurigae.
A observação revela, ainda, que o disco é muito mais fino do que se imaginava. "É chato como uma panqueca", nas palavras de Monnier.
Fonte: Estadão
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