segunda-feira, 19 de abril de 2010

Localidades sérvias disputam vampiro na Justiça

Cena do filme Iugoslavo Leptirica

Parece até piada, mas Sava Savanovic, o mais famoso vampiro do folclore da Sérvia, se transformou em motivo de briga entre duas localidades sérvias que o disputam na Justiça.

A aldeia de Zarozje prepara uma acusação contra a cidade de Valjevo, ambas no oeste da Sérvia, porque em uma recente feira de turismo esta última usou com sucesso a imagem e a figura de Sava para a promoção do evento.

“Os moradores de Zarozje protestam e não entregarão seu vampiro porque é sua marca própria”, disse Branko Stevanovic, diretor do Centro Turístico de Bajina Basta, o município onde fica a pequena aldeia de cerca de mil habitantes.

Lá, ainda existe o moinho de água no qual Savanovic vivia, onde passou sua vida humana e, segundo a lenda, também a de vampiro.

Sava era, da mesma forma que o transilvano conde Drácula, um homem real, viveu no século XVIII e trabalhava em um moinho sobre o riacho Rogacica. Reza a lenda que, depois de morrer, ele retornava ao riacho à noite em forma de vampiro.

Sua figura é o principal personagem de um conto escrito em 1880 por Milovan Glisic, grande nome do realismo sérvio.

E aí que está o problema: Glisic é de Valjevo, que reivindica a figura do vampiro e a usou na propaganda da feira.

Outro problema: segundo a lenda, o vampiro também esteve ativo nos montes próximos de Valjevo, o que os moradores de Zarozje não aceitam como justificativa.

As autoridades de Valjevo consideram as acusações lançadas por seu vizinhos infundadas. Quem começou a semear a discórdia foi Vladimir Krivosejev, da associação turística “Valjevo para vocês”, que teve a ideia de usar o vampiro como promotor turístico da região.

“Para nós, Sava era em primeiro lugar o modo de atrair a atenção na feira do turismo, e tivemos bastante sucesso. Agora, eles usam isto para sua própria promoção”, criticou.

** Sava também inspirou o primeiro filme de terror produzido na Sérvia (então Iugoslávia), intitulado Leptirica (Borboleta) e rodado em 1973.


Fonte: Época


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