segunda-feira, 31 de maio de 2010

Americano cria "termômetro" para examinar animal extinto

Tiranossauro no Museu de Chicago


Uma charge do cartunista americano Gary Larson mostra um cientista se aproximando de um dinossauro com um termômetro retal gigante nas mãos.

A legenda: "Um instante mais tarde, o professor Waxman e sua máquina do tempo são obliterados, deixando sem resolução o debate sobre se os dinossauros tinham sangue quente ou frio".

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia apresentou no periódico "PNAS" um método real -e mais seguro- para tentar resolver o debate.

Eles descobriram que é possível inferir a temperatura corporal de uma criatura extinta olhando a composição química de seus dentes.

"Não é como voltar no tempo e enfiar um termômetro no traseiro de um animal, mas é quase", brincou o geoquímico John Eiler, líder do grupo de pesquisa.

Eiler e seus colegas mostraram que os cristais de apatita (um mineral de cálcio) nos ossos e dentes podem guardar essa informação, na forma de uma ligação química entre um tipo de carbono e um tipo de oxigênio pesados.

A ligação entre esses isótopos, como são chamados (o O18 e o C13) é a chave. Quanto mais frio, mais facilmente ela acontece, formando "agregados" moleculares.

Um aluno de Eiler, Robert Eagle, criou um método para contar a proporção de agregados de O18 e o C13 na apatita.


TESTE


O "paleotermômetro", então, foi testado em amostras de dentes de elefantes, rinocerontes, crocodilos e tubarões. Em todos os casos, foi possível inferir com precisão a temperatura corporal (a dos mamíferos, por volta de 37 ºC, e a dos répteis, de "sangue frio", cerca de 26 ºC).

Em seguida, o grupo testou fósseis de mamute, de milhares de anos, e de parentes extintos do rinoceronte e do aligátor, de 12 milhões de anos - para saber se o método poderia ser aplicado também a fósseis. Pode.

O grupo já está analisando fósseis de dinossauro. E quer ir além. Como a apatita existe desde o Pré-Cambriano, eles acham que a técnica pode ser usada para reconstituir a temperatura em que viveram os primeiros animais.


Fonte: Folha.com


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