segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cientistas argentinos realizam pela primeira vez na América do Sul uma tomografia tridimensional em três múmias egípcias


Um grupo de cientistas argentinos realizou pela primeira vez na América do Sul uma tomografia tridimensional em três múmias egípcias.

O exame determinou que uma delas, de um homem, morreu devido a um câncer de medula. Desde 1888 as múmias fazem parte da coleção do Museu de Ciências Naturais de La Plata, em Buenos Aires.

O estudo foi realizado no hospital público Federico Abete, nos arredores de Buenos Aires, nas três múmias avaliadas em cerca de um milhão de dólares (750.000 euros).

Duas dessas múmias, que pertencem ao período tardio do antigo Egito (1075-341 aC), são de corpo inteiro, enquanto a outra tem o crânio e outras partes do corpo reconstruído e pertence a um guerreiro egípcio morto em combate, disseram.

Os médicos e egiptólogos fizeram uma tomografia computadorizada, que permite "identificar em pormenores todas as partes do corpo em três dimensões e em toda a sua conformação", disse Fernando Abramzón, coordenador do estudo.

Ele observou que foi descoberto que uma das múmias, conhecida como "Horwetjaw" é de um homem que morreu de mieloma múltiplo, um tipo de câncer da medula óssea, que mata milhares de pessoas todos os anos.

Abramzón salientou que a nova tecnologia permitirá "descobrir aspectos e características nunca vistos nestas múmias."

"Nós consideramos a hipótese de que Horwetjaw havia recebido ferimentos graves, mas vimos que foi realmente uma doença que acabou com sua vida", disse Hector Pucciarelli, diretor de Antropologia do Museu que abriga as três múmias desde o começo do século XX .

"Como resultado desses testes podemos chegar a conclusões que não teriamos imaginado anos atrás, e a partir daqui podemos descobrir outros elementos culturais e sociológicos do antigo Egito", acrescentou.


Tradução: Carlos de Castro



Fonte: UOL/El Mundo

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