quinta-feira, 6 de maio de 2010

Os seres humanos cruzaram com os neandertais, sugere um novo estudo


Os seres humanos de hoje podem ser parte Neandertal. Segundo um novo estudo os nossos antepassados cruzaram com uma espécie extinta de hominídeos a alguns milênios atrás.

Os Neandertais viveram na Terra entre 130.000 e 30.000 anos atrás. Eles coexistiram com os seres humanos modernos por um tempo, mas terminaram extintos e nós não.

Tem havido um intenso debate científico sobre a semelhança entre as duas espécies
, e se elas poderiam ter acasalado uma com a outra.

"A algum tempo a questão tem sido altamente controversa", disse a antropóloga genética Keith Hunley da Universidade do Novo México.

Na semana passada, na reunião anual da Associação Americana de Antropólogos Físicos em Albuquerque, Novo México, Hunley e colegas apresentaram os resultados de um novo estudo que encontrou evidências de miscigenação entre humanos modernos e alguma outra antiga espécie humana extinta, ou o Homo neanderthalensis ou outro grupo, como o Homo heidelbergensis. A pesquisa foi primeiramente relatada pela NatureNews.

Os pesquisadores analisaram amostras de DNA de seres humanos que vivem hoje, e encontraram sinais de sobras de genes neandertais introduzidos a partir deste cruzamento.

Eles analisaram dados genéticos de quase 2.000 pessoas em todo o mundo, e calcularam a variação genética existente entre as amostras.


Os resultados indicam que algum grupo extinto de hominídeos misturou seus genes com os nossos em dois pontos da história,
disse Hunley.

Um período de cruzamentos, provavelmente, ocorreu pouco depois do Homo sapiens migrar da África, a cerca de 60.000 anos atrás.

Os pesquisadores encontraram um excesso de diversidade genética em todos os povos modernos, exceto os africanos, sugerindo que o DNA de Neandertal foi acrescentado após o êxodo da África.

Um segundo período de mestiçagem é sugerido pelo fato de que os investigadores encontraram ainda mais diversidade genética entre pessoas da Oceânia - Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e outras ilhas do Pacífico.

"Eu penso que nós mostramos que há provas claras no genoma das pessoas", disse Hunley a LiveScience."O fato de que há um sinal claro significa que houve uma quantidade significativa de cruzamentos", disse.

"Este é o primeiro trabalho em que os cientistas usaram o DNA de pessoas vivas e olharam para esta questão", disse Hunley.

Em um estudo anterior, Erik Trinkaus da Universidade Washington, em St. Louis, encontrou indícios de cruzamento entre os Neandertais e os homens modernos comparando fósseis de ossos antigos das duas espécies.

Trinkaus disse que o novo trabalho se encaixa em seus resultados, embora não tenha comentado os detalhes, já que o trabalho de Hunley ainda não foi publicado em um jornal. "A conclusão faz sentido e se encaixa com a maioria dos dados disponíveis", disse Trinkaus.

"Tenho defendido esta posição durante toda a minha carreira, desde que eu comecei a estudar as populações Neandertais e outras", disse Milford Wolpoff da Universidade de Michigan. "Sempre me pareceu evidente que alguns aspectos da anatomia Neandertal aparece nas populações vivas."

"Nem todos, porém, serão facilmente convencidos", disse Hunley.


Tradução: Carlos de Castro


Fonte: Live Science


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