Ossadas encontradas em York estão decapitadas e têm marcas de mordidas de animais.
Um deles tinha marcas de mordida de leão, tigre, urso ou algum outro grande animal, disseram arqueólogos na segunda-feira (7).
Especialistas acreditam que novas provas forenses sugerem que os ossos pertenceram à lutadores profissionais, que muitas vezes era mortos durante espetáculos para grandes multidões.
A maior parte das ossadas era masculina e parecem ser mais altas e fortes do que o padrão da época, com sinais de desgaste osteomuscular, como um braço mais forte que outro, que sugere treinamento com armas pesadas desde a adolescência.
A equipe que estuda a escavação também afirma que uma das melhores pistas foram marcas de dentes de um animal carnívoro, encontradas no quadril e ombros de um dos esqueletos.
“A presença das mordidas é uma das provas mais contundentes que havia uma arena por aqui. É altamente improvável que este indivíduo tenha sido atacado por um tigre enquanto voltava para casa,” explicou Michael Wysocki, especialista em antropologia forense e arqueologia que estudou os esqueletos. Ele acredita que as mordidas foram a causa da morte do homem.
York, a 322 quilômetros ao norte de Londres, foi uma das maiores cidades do país na época do Império Romano, e os arqueólogos acreditam que grupos de gladiadores vindos de Roma devem ter excursionado para encenar seus espetáculos de luta, embora nenhuma arena ainda tenha sido encontrada na cidade.
Wysocki diz que os gladiadores muitas vezes eram decapitados como um ato de misericórdia, após sofrerem ferimentos mortais durante as lutas.
Todos os esqueletos foram enterrados com cerâmicas, animais e outras oferendas, sugerindo que eles eram cidadãos respeitáveis e não criminosos.
Mas alguns dizem que é preciso mais provas para garantir que o cemitério de York era exclusivo para gladiadores.
“É um sítio muito intrigante, mas estou cético. Identificar gladiadores é arriscado,” disse Jim Crow, chefe do departamento de arqueologia da Universidade de Edinburgo.
“Pode ter havido uma série de circunstâncias para que esses homens tenham perdido suas cabeças – eles podem ter sido soldados decapitados por alguma razão”.
Jenny Hall, curador sênior de arqueologia romana do Museu de Londres, diz que é improvável que 80 lutadores tenham morrido enquanto se apresentavam em York porque seus espetáculos eram caros e muitas das lutas eram coreografadas.
O Fundo Arqueológico de York disse que não é a primeira vez que se encontra um cemitério desse tipo, mas este é um dos mais preservados.
O único que se compara está em Éfeso, na Turquia, diz Wysocki, que leciona na University of Central Lancashire. Os restos vistos por lá estão fragmentados e não tão completos como os de York.
Arqueólogos encontraram as ossadas em 2003, enquanto avaliavam uma área para a construção de um conjunto habitacional.
O local fazia parte de um grande cemitério na periferia de uma cidade romana. Uma escavação encontrou 80 esqueletos romanos, incluindo 23 que foram achados em um quintal. Eles foram datados entre o 4º século a.C e o século I.
Fonte: IG
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