Astrônomos britânicos descobriram o que se acredita ser a estrela de maior massa do universo. De acordo com os cientistas, a massa atual do astro é 265 vezes maior que a do Sol e a luminosidade cerca de 10 milhões de vezes mais intensa.
Usando o Telescópio Extremamente Grande, no Chile, da Organização Europeia para a Investigação Astronômica no Hemisfério Sul (ESO, na sigla em inglês) – que reúne 14 países – e informações de arquivo capturadas pelo telescópio espacial Hubble, da agência americana (Nasa), a equipe liderada pelo astrofísico Paul Crowther, da Universidade de Sheffield, calculou que a massa da estrela gigante teria sido 320 vezes maior que a do Sol no momento de sua formação, número que também é o dobro da estrela de maior massa anteriormente conhecida.
A estrela, batizada de R136a1, faz parte do aglomerado de estrelas jovens RMC 136a. Os astrônomos também encontraram outras estrelas imensas no aglomerado NGC 3603.
Ambos aglomerados foram apelidados de “fábricas de estrelas”, já que novos astros se formam constantemente a partir da extensa nuvem de gás e poeira das nebulosas.
O NGC 3603 fica a 22 mil anos-luz do sol, na Nebulosa da Tarântula, e o RMC 136a fica em uma galáxia vizinha à nossa, a 165 mil anos-luz de distância, a Grande Nuvem de Magalhães.
Segundo o artigo publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a expectativa é de que estrelas colossais como as encontradas existam apenas durante alguns milhões anos, antes de explodirem.
A existência de estrelas como essas, afirmam astrônomos, era mais comum no início do universo.
Embora a R136a1 seja a estrela de maior massa já encontrada, outras estrelas menos densas e com diâmetros maiores que a dela já eram conhecidas pelos astrônomos.
Planetas
Ainda segundo os cientistas, é pouco provável que alguma dessas estrelas venha a ter planetas orbitando a seu redor, já que demoram mais tempo para serem formados que a "curta" vida das estrelas.
Muitas das estrelas observadas têm temperatura superior a 40 mil graus centígrados – mais de sete vezes superior à temperatura do Sol – além de serem dezenas de vezes maiores e milhões de vezes mais brilhantes que o astro.
“Ao contrário dos humanos, essas estrelas nascem pesadas e vão perdendo peso ao envelhecer”, disse Crowther.
“Com um pouco mais de um milhão de anos, a estrela mais extrema, a R136a1 já está na ‘meia idade’ e passou por um programa intenso de ‘emagrecimento’, perdendo mais de um quinto de sua massa inicial neste período, ou mais de 50 massas solares.”
Se a R136a1 substituísse o Sol em nosso Sistema Solar, “a sua grande massa reduziria a duração de um ano na Terra para apenas três semanas e banharia o planeta em uma radiação ultravioleta incrivelmente intensa, tornando a vida impossível em sua superfície”, afirma Raphael Hirschi, da Universidade de Keele, integrante da equipe.
Estrelas como essas são extremamente raras e se formam apenas nos aglomerados estelares mais densos.
Se houvesse algum planeta dentro do aglomerado RMC 136a, o céu nunca escureceria, já que a densidade de estrelas na região é 100 mil vezes maior do que em torno do Sol e muitas delas são extremamente brilhantes.
A descoberta ainda confirmou a hipótese anterior dos astrônomos, de que há um tamanho máximo para estrelas, e a R136a1 levou os cientistas a estenderem este limite.
Fonte: BBC
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