"Acreditamos ter encontrado os mais antigos fósseis animais na história da Terra", diz Adam Maloof.
O geólogo da Universidade de Princeton se refere a um conjunto de fósseis descobertos na Austrália, que ele acredita ser os remanescentes de antigas esponjas.
A equipe de Maloof, que publicou estudo na revista "Nature Geoscience", datou os fósseis entre 650 a 640 milhões de anos atrás --fazendo deles 90 milhões de anos mais antigos que os fósseis anteriormente descobertos.
Esponjas são os mais primitivas animais que ainda vivem. Estudos genéticos haviam sugerido que elas evoluíram muito antes da explosão cambriana de 542 milhões de anos atrás, quando aconteceu a repentina origem de uma grande diversidade de vida animal.
Mas até agora, não havia evidência fóssil para provar isto.
Para identificar as esponjas, a equipe de Maloof reduziu um pedaço de pedra do tamanho de um punho a uma fração de milímetros de uma vez, produzindo-se centenas de imagens no processo para criar um mapa tridimensional do fóssil.
Isto revelou repetidas formas assimétricas, cruzadas com amplos canais milimétricos, que Maloof diz ser fragmentos de esponjas misturados com materiais de estromatólitos (rocha calcárea) bacterianos.
Martin Brasler, da Universidade de Oxford, diz que a descoberta suporta sua teoria de que a vida começou com uma "Terra Bola-de-Neve".
Milhões de anos depois de as esponjas aparecerem, uma glaciação estendeu-se para o Equador, varrendo a vida da região.
Brasler argumenta que, na ausência de criaturas mais complexas que poderiam reciclar resíduos, como vermes, o carbono nas formas de vida primitivas foi enterrado em um sorvedouro constante de carbono, tirando o dióxido de carbono do ar e cuasando o resfriamento global.
As esponjas teriam contribuído para tal sorvedouro gelado, diz ele.
Brasler pensa que o achado de Maloof é "empolgante", mas afirma que é necessário tomar cuidado para que as estruturas poderiam também pertencer a grandes organismos unicelulares e formas mucosas.
Fonte: Folha.com
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