Acampamento pré-histórico foi soterrado e preservado sob cinzas vulcânicas.
O lugar estava ocultado sob as cinzas vulcânicas no Vale do Ivane, na serra montanhosa de Stanley, perto da aldeia de Kokoda, segundo disse à Agência Efe, André Fairbairn, um membro da expedição científica e professor de arqueologia da Universidade de Queensland.
Os habitantes desses acampamentos pré-históricos faziam ferramentas de pedra, caçavam pequenos animais e comiam tubérculos e frutos de casca da árvore de Pandanus.
"Parece que as camadas de cinza vulcânica criaram um meio único que tem protegido a cascas de nozes. Elas são achadas em grandes quantidades, o que nos dá provas únicas e muito contundentes da dieta dos antigos papuas", disse Fairbairn.
Segundo o arqueólogo, as escavações levaram a evidências de que o sistema tradicional utilizado atualmente para abrir estas nozes é o mesmo utilizado pelos habitantes do povoado pré-histórico.
"O que nós descobrimos nos dá um conhecimento muito incomum e muito detalhado de como uma comunidade vivia com recursos e mobilidade, capacidade de rápida adaptação a ambientes estranhos e territórios pouco familiares", acrescentou.
Estes campos foram ocupados durante o Pleistoceno, o tempo mais quente da Idade do Gelo, quando a Austrália, Tasmânia e Nova Guiné, formavam um único continente, o Sahul.
Os seus habitantes vieram do Sudeste Asiático e originalmente se estabeleceram no litoral para posteriormente passar para as montanhas onde eles tiveram que suportar temperaturas congelantes.
O estudo realizado pela equipe, que também incluiu cientistas da Papua Nova Guiné e dos Estados Unidos, foi publicado na sexta-feira na revista Science.
Fonte: Estadão
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