Estudo mostra que jogos e brincadeiras tinham uma função social na Idade do Bronze.
É comum para os arqueólogos que escavam assentamentos antigos encontrar elementos relacionado ao jogo, mas dentro de arqueologia, estes tipos de achados têm sido muitas vezes ignorados.
"Eles têm sido considerados, por exemplo, como sinais de passatempos inofensivos e, portanto, considerados menos importantes para a investigação, ou reinterpretados com base em aspectos rituais ou como símbolos de status social", explica o autor da tese de Elke Rogersdotter.
Ela estudou artefatos relacionados aos jogos, encontrados em escavações nas ruínas da antiga cidade de Mohenjo-daro, no Paquistão de hoje.
Os vestígios constituem o maior aglomerado urbano da Idade do Bronze no Vale do Indo, um complexo cultural tão antigo quanto o Egito antigo e a Mesopotâmia.
O assentamento é difícil de interpretar, pois não foi encontrado qualquer vestígio de templos ou palácios. Portanto, é difícil dar uma opinião sobre como o lugar era organizado.
O estudo de Elke Rogersdotter mostra alguns resultados surpreendentes. Quase um décimo do que foi encontrado nas ruínas da cidade tem relação com o mundo lúdico. Isto inclui, por exemplo, formas diferentes de dados e peças de jogo.
Além disso, os achados analisados não estavam espalhados por toda parte. Padrões repetitivos têm sido detectados na distribuição espacial, o que pode indicar locais específicos onde os jogos eram disputados.
"A quantidade acentuada de achados e a distribuição estrutural mostra que jogos e brincadeiras eram uma parte importante da vida cotidiana das pessoas há mais de 4 mil anos atrás", diz Elke.
"A razão pela qual artefatos relacionados com jogos muitas vezes acabam sendo ignoradas ou reinterpretados em escavações arqueológicas vem provavelmente da incongruência do pensamento científico com o fenômeno irracional de jogos e brincadeiras", ele completa.
Fonte: Estadão
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