O jacaré paguá, o menor do mundo, ficou maior. A espécie (Paleosuchus palpebrosus) é uma das seis espécies de jacaré que ocorre no Brasil e o menor entre os 23 crocodilianos do mundo.
Pesquisas recentes indicam, porém, que a espécie é um pouco maior do que o registrado na literatura científica: os tamanhos podem chegar até 200 centímetros, mais do que os 160 cm reportados até então.
Esses dados inéditos fazem parte do esforço de pesquisa da Embrapa Pantanal em gerar informações sobre a biologia em via livre do jacaré-paguá.
Com o apoio da Fundação Grupo Boticário, também foram realizadas pesquisas sobre a biologia reprodutiva do jacaré-paguá e suas respostas às mudanças ambientais.
Uma das descobertas é que a reprodução da espécie nos riachos do entorno do Pantanal ocorre entre os meses de dezembro a janeiro de cada ano, e na Amazônia a postura dos ovos começa em outubro a dezembro, coincidindo com o início do período chuvoso nos dois biomas. Isso pode ajudar nos esforços para conservar o jacaré-paguá.
“A espécie tem um período de reprodução longo, sendo que a incubação dura mais de cem dias, diferente de outras espécies brasileiras que variam entre 60 e 70 dias”, diz Zilca Campos, a responsável técnica pelo projeto.
O jacaré-paguá está sofrendo com a ocupação humana na sua área de distribuição, que se estende pelos biomas da floresta amazônica, cerrado e caatinga. Ele ocupa áreas de florestas inundadas, igapós, rios e lagos.
As maiores ameaças às populações pantaneiras é a destruição de seus habitats naturais, principalmente na região de entorno do Pantanal, por processos de mineração, urbanização, agricultura, usinas hidrelétricas e poluição dos rios por dejetos industriais e domésticos.
Na Amazônia Central, a situação não muda muito, existem problemas locais de derrubada da floresta para agricultura da mandioca e introdução de pastagens para o gado que avança ano após ano, e a caça de subsistência de indivíduos adultos e ovos.
Os pesquisadores indicam que uma importante alternativa para a conservação da espécie é atuar em parceria com as comunidades ribeirinhas do entorno do Pantanal e da Amazônia, para que as pessoas da comunidade sejam aliadas à proteção da natureza.
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