Cientistas estão usando sistema de radares meteorológicos para rastrear movimentos de morcegos, pássaros e insetos.
O uso dessa tecnologia já ajudou a cunhar um novo termo: aeroecologia, o estudo do comportamento dos animais no ar.
“É um campo que une várias especialidades: biólogos, analistas de sistemas, geógrafos, meterologistas, entre outros,” explicou Thomas Kunz, da Universidade de Boston, que conduziu um simpósio sobre o tema no sábado (19).
“É uma ferramenta inédita para observar morcegos, por exemplo,”, disse Winifred Frick, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, durante a apresentação da pesquisa à imprensa.
“Eles têm corpos pequenos e hábitos noturnos, o que torna sua observação difícil. Os radares permitem que nós, pesquisadores, possamos acompanhar padrões de migração, mudanças sazonais de comportamento e os efeitos das mudanças climáticas”.
A pesquisadora já conseguiu saber, por exemplo, que os morcegos saem mais cedo de seus abrigos em dias mais quentes e secos, por correr o risco de se desidratarem.
Foi apenas recentemente que notou-se que os radares governamentais, espalhados tanto pelos Estados Unidos quanto pelo mundo, usados para rastrear aviões e o clima, também poderiam fornecer dados biológicos – e o que é melhor, a custo baixo, pois a infraestrutura já está instalada.
“Alguns deles são tão precisos que se pode detectar uma abelha numa distância de 50 quilômetros,” afirmou Phillip Chilson, meteorologista da Universidade de Oklahoma. É possível até descobrir o número de animais em um bando em pleno voo.
Agora, o desafio é peneirar os arquivos de 20 anos de informações de radares do Centro Nacional de Dados Climáticos, em busca de mais informações sobre populações de morcegos, pássaros e insetos, e avaliar suas mudanças ao longo do tempo. Segundo Winifred, os dados já estão em análise.
Fonte: IG
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