terça-feira, 9 de agosto de 2011

Estudo inédito com Terra Preta de Índio da Amazônia

Solos caracterizados por grande acumulação de matéria orgânica


Estudos em solos caracterizados como Terra Preta de Índio, também chamada de Terra Preta Antropogênica, são uma atividade inédita e envolvem 14 instituições de investigação e universidades do Brasil e do exterior.

O trabalho de campo está sendo realizado no campo experimental da Embrapa Amazônia Ocidental, localizado no município de Iranduba (AM).

Siu Mui Tsai é uma das cientistas a cargo do projeto, do Laboratório de Biologia Celular e Molecular do Centro de Energia Nuclear da Agricultura (Cena), e explicou que a participação da entidade se deve ao seu privilegiado “conhecimento e competência no que se refere aos aspectos da ação da microbiota do solo”.

As Terras Pretas de Índio (TPI) são sítios arqueológicos encontrados principalmente na Amazônia, com origem relacionada a povos ancestrais pré-colombianos.

São solos caracterizados pelo grande acumulo de matéria orgânica, com grande disponibilidade de nutrientes como cálcio, magnésio, zinco, manganês, fósforo e carbono, por isso são considerados os mais férteis do mundo, além de conservarem a sua fertilidade por muito tempo.

“Este tipo de solo é completo, extremamente auto-sustentável para a agricultura. A partir do estudo das terras pretas, é possível desenvolver técnicas para reproduzir uma fertilidade semelhante a essa”, assinalou ainda a investigadora da universidade de São Paulo, informando ainda que, especificamente para o Cena, o estudo serve para o conhecimento nas áreas de química, física e microbiologia desses solos tropicais produzidas pelos povos indígenas da Amazônia.

As atividades no campo da Embrapa envolvem uma equipe de 40 pessoas, que desenvolverão trabalhos práticos e teóricos de prospecção pedológica (estudo dos solos) e arqueológica.

Na pedologia, são estudados os solos em seu ambiente natural e na arqueologia, as culturas do passado a partir da análise de seus vestígios materiais.

Também participam do estudo investigadores do Serviço Geológico do Brasil, Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Museu Paraense Emílio Goeldi, Esalq/USP, Universidade do Estado do Amazonas, Universidade Federal do Amazonas, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade de Wageningen (Holanda).



Fonte:
Ciencia Hoje

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