quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ministra da Cultura de Angola solicita engajamento de todos no combate à proliferação religiosa

Ministra da Cultura de Angola, Rosa Cruz e Silva


A ministra da Cultura de Angola, Rosa Cruz e Silva, na terça-feira, na cidade do Sumbe, província do Kwanza Sul, o engajamento e empenho de todos os setores da sociedade no combate ao fenômeno ilegal da proliferação religiosa, que considerou estar a perturbar a paz e a harmonia social no país.

Rosa Cruz e Silva fez este pedido no encontro com líderes religiosos, no quadro da visita de trabalho de quatro dias que efetua desde segunda-feira a província.

De acordo com a governante, assiste-se a um crescimento acelerado de seitas e denominações religiosas muitas das quais as suas práticas não se coadunam com o que está estabelecido na Constituição da Republica de Angola.

Na sua ótica, a grande preocupação é que se até ao início dos anos de 1990 havia em Angola cerca de 80 igrejas reconhecidas e poucas não reconhecidas, hoje existem mais de mil denominações religiosas não reconhecidas.

“Não podemos contrariar a fé de cada pessoa, mas a partir do momento em que a sua prática entra em contradição e viola os princípios da lei, temos a obrigação de agir, mesmo que não seja as autoridades. Precisamos de estar juntos e unidos para que possamos cumprir com o que está estabelecido na lei” - frisou.

Acrescentou que muitas destas seitas religiosas apresentam um conjunto de práticas e comportamentos indecorosos e criminosos, como o caso das crianças acusadas de feitiçaria que deve ser combatido.

“O país enfrenta problemas no domínio religioso para os quais teremos de trabalhar juntos para a solução de algumas dificuldades que enfrentamos, nomeadamente com a proliferação das igrejas. Nesta tarefa, nós, governos provinciais, administrações municipais, igrejas e sociedade em geral, temos de estar mais unidos e em sintonia para não dar espaço a estas práticas” - sublinhou.

No seu ver, a questão da proliferação é complexa e difícil, mas que pode ser resolvida pois uma das grandes razões que leva as pessoas a integrar estes movimentos é a ainda a precariedade que enfrentam as comunidades.

No que concerne a problemática das crianças acusadas de feitiçaria, informou que o seu pelouro está a mobilizar recursos para que se faça um estudo profundo sobre o fenômeno, de modo a encontrar propostas de trabalho que solucionem em definitivo a prática.

Apelou às igrejas a prosseguir e aprofundar o seu trabalho para que a extensão e cobertura da sua atividade alcance toda a população de Angola, com vista a pacificação dos espíritos e mudança de consciência.

Neste momento, segundo a governante, os pedidos que têm chegado ao Ministério da Justiça, com conhecimento da Cultura, não têm sido aceites porque nem a documentação nem o conteúdo dos textos cumprem com o legislado. No Kwanza Sul existem 34 denominações reconhecidas e 67 não reconhecidas.




Fonte:
Angola Press

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