quarta-feira, 25 de abril de 2012

Empresa quer extrair metais preciosos de asteroides





Grupo de empresários vai usar naves robóticas para retirar ouro e platina de corpos celestes.


Um grupo de magnatas high-tech quer fazer mineração de asteroides, na expectativa de transformar ficção cientifica em lucros reais.


O plano milionário consiste no uso comercial de naves robóticas para extrair metais preciosos e minérios raros, como ouro e platina, de asteroides em órbita próxima à da Terra. Um dos fundadores da empresa prevê que eles podem ter o primeiro posto de combustível espacial em 2020.


Nos próximos 18 e 24 meses, deverá ocorrer o lançamento de uma série de telescópios que irão vasculhar asteroides de grande valor comercial.


Cientistas não envolvidos no projeto acham o plano caro, ousado e difícil de ser executado. O desafio é saber se o negócio será rentável mesmo que os preços do ouro e da platina estejam próximos do 1.600 de dólares a onça. 


No último mês, a Nasa completou um estudo sobre as possibilidades de desenvolver tarefas de mineração nos asteroides. 



Os cientistas concluíram que "por um custo de US$ 2,6 bilhões, os humanos poderiam usar robôs espaciais para capturar um asteroide de sete metros de diâmetro e 500 toneladas. A ideia é trazê-lo à órbita ao redor da Lua para explorá-lo e explodi-lo".


Essa é uma previsão apontada pela maioria das empresas especializadas, embora a Nasa calcule que o envio de uma bomba espacial poderá levar de seis a dez anos. Segundo a agência espacial americana, essa missão deverá ser concluída somente 2025.

Mas os empresários que anunciaram o projeto nesta terça em Seattle têm um histórico de fazer dinheiro em aventuras espaciais. 


Os fundadores da empresa Eric Anderson e Peter Diamandis são pioneiros na área de levar turistas ao espaço e a empresa de Diamandis oferece voos sem gravidade.


Como investidores da nova empresa, chamada de Planetary Resources Inc. de Seattle, estão Larry Page, CEO do Google, o executivo Eric Schmidt e o cineasta James Cameron.


"A humanidade teve por milhares de anos o impulso de explorar a Terra na busca de recursos", disse Diamandis.


"O próximo passo é expandir a esfera econômica da humanidade além dos limites da Terra. A venda dos metais preciosos e as terras extraídas dos asteroides poderiam trazer lucro de bilhões de dólares", completou Diamandis.

Segundo Anderson, a mineradora, processadora de combustível e futuramente reabastecimento será feita inteiramente sem a presença de humanos.


“Isto é coisa de ficção científica, mas como em muitas outras áreas de ficção científica é possível fazê-la virar realidade”, disse o ex-astronauta Thomas Jones, um consultor da empresa.


O objetivo da Planetary Resources é abrir a exploração do espaço ao setor privado, mais ou menos como fez o concurso Ansari X Prize, com prêmio de 10 milhões de dólares, criado por Diamandis.


O prêmio, que estimulou o desenvolvimento do setor emergente de voos espaciais privados para passageiros, foi conquistado em 2004 pela Scaled Composites, com o projeto SpaceShipOne, que realizou o primeiro voo privado fora da atmosfera. Voos comerciais que transportarão passageiros ao espaço suborbital devem ser iniciados no ano que vem.


É provável que os primeiros clientes da Planetary Resources sejam agências científicas como a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), dos Estados Unidos, e institutos de pesquisa privados.


Dentro de cinco a 10 anos, porém, a companhia espera avançar da venda de plataformas de observação para órbitas em torno da Terra ao fornecimento de serviços de prospecção. 


A ideia é explorar alguns dos milhares de asteroides que passam relativamente perto do planeta e extrair sua matéria-prima.


Nem todas as missões obteriam metais e minerais preciosos para transporte à Terra. Além de minerar platina e outros metais preciosos, a companhia planeja procurar água em asteroides a fim de abastecer depósitos de combustível orbitais que poderiam ser usados pela Nasa e outras organizações para missões espaciais robotizadas e tripuladas.


"Nossos planos são de longo prazo. Não antecipamos que a empresa seja sucesso financeiro imediato. Precisaremos de tempo", disse Anderson em entrevista à Reuters.


 
Os retornos reais podem demorar décadas, e viriam de minerar asteroides para extrair metais do grupo da platina e minerais raros.
 
 
 
Fonte: IG

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