O momento da fertilização de um óvulo por um espermatozoide
Visuals Unlimited/Corbis
Cientistas conseguiram pela primeira vez sequenciar o genoma individual de cada um dos espermatozoides dentro de um grupo.
Apesar de parecerem todos iguais, os espermatozoides de um mesmo
homem são muito diferentes uns dos outros.
Dentro deles, as informações genéticas que serão repassadas para os eventuais filhos variam de acordo com processos naturais de recombinação e mutação que fazem com que o bebê herde uma mistura dos traços de seus avós, garantindo a diversidade da população.
Agora, cientistas conseguiram pela primeira vez sequenciar o genoma individual de cada um dos espermatozoides dentro de um grupo, abrindo caminho para aplicações que vão da medicina reprodutiva ao estudo do câncer, mas também levantando questões éticas quanto ao seu uso para a geração de crianças com características sob encomenda por meio de técnicas de reprodução assistida.
— Embora tenhamos que destruir os espermatozoides para fazer a análise do genoma, creio que a seleção de células e embriões será possível no futuro — reconhece Jianbin Wang, pesquisador do Departamento de Bioengenharia da Universidade de Stanford, nos EUA, e um dos criadores do método, descrito em artigo publicado na edição de hoje da revista “Cell”.
— Claro que teremos muitas questões éticas relacionadas a isso que precisaremos resolver e a razão para esta seleção, se ela houver, teria que ser baseada em necessidades médicas e não no desejo de ter um filho com um par de olhos azuis, por exemplo. Para melhor servir a sociedade, métodos assim precisarão de uma regulamentação rígida.
Estudo de doenças e células-tronco
Wang destaca, porém, que a tecnologia poderá ter muitas aplicações clínicas cujos benefícios suplantariam possíveis maus usos:
— Poderemos, por exemplo, analisar células cancerosas que estejam circulando no sangue de uma pessoa doente para avaliar a progressão da doença ou, ainda, usar o método para estudar células-tronco e melhor conhecer seus potenciais usos terapêuticos.
Ao contrário das outras células do corpo humano, que têm 23 pares de cromossomos, os gametas (espermatozoides e óvulos) têm apenas uma cópia de cada cromossomo, que se unem na fertilização para produzir o DNA inteiro de uma pessoa.
No estudo, os pesquisadores sequenciaram o genoma de 91 espermatozoides doados por um voluntário de 40 anos com filhos saudáveis cujo genoma completo também já havia sido sequenciado. Com isso, eles puderam montar um mapa da recombinação dos cromossomos e das mutações sofridas pelo DNA nos espermatozoides do homem para assegurar a variabilidade genética.
Os cientistas descobriram ainda que, em média, os gametas passam por 23 recombinações durante seu processo de criação, conhecido como meiose, embora alguns tivessem muito mais misturas e outros menos, enquanto uns poucos ficaram sem cromossomos inteiros ou receberam duas cópias.
Para surpresa dos cientistas, a média é a mesma que indicavam estimativas anteriores. Falta agora fazer o genoma do óvulo.
— Os locais exatos, frequência e grau deste processo de embaralhamento são únicos para cada espermatozoide ou óvulo — explica Stephen Quake, professor da Universidade de Stanford que orientou Wang e também assina o artigo na revista “Cell”.
— Nunca antes pudemos estudar este processo com este nível de detalhamento e foi muito interessante ver que o que acontece no corpo de uma única pessoa espelha o que acontece na média populacional.
Dentro deles, as informações genéticas que serão repassadas para os eventuais filhos variam de acordo com processos naturais de recombinação e mutação que fazem com que o bebê herde uma mistura dos traços de seus avós, garantindo a diversidade da população.
Agora, cientistas conseguiram pela primeira vez sequenciar o genoma individual de cada um dos espermatozoides dentro de um grupo, abrindo caminho para aplicações que vão da medicina reprodutiva ao estudo do câncer, mas também levantando questões éticas quanto ao seu uso para a geração de crianças com características sob encomenda por meio de técnicas de reprodução assistida.
— Embora tenhamos que destruir os espermatozoides para fazer a análise do genoma, creio que a seleção de células e embriões será possível no futuro — reconhece Jianbin Wang, pesquisador do Departamento de Bioengenharia da Universidade de Stanford, nos EUA, e um dos criadores do método, descrito em artigo publicado na edição de hoje da revista “Cell”.
— Claro que teremos muitas questões éticas relacionadas a isso que precisaremos resolver e a razão para esta seleção, se ela houver, teria que ser baseada em necessidades médicas e não no desejo de ter um filho com um par de olhos azuis, por exemplo. Para melhor servir a sociedade, métodos assim precisarão de uma regulamentação rígida.
Estudo de doenças e células-tronco
Wang destaca, porém, que a tecnologia poderá ter muitas aplicações clínicas cujos benefícios suplantariam possíveis maus usos:
— Poderemos, por exemplo, analisar células cancerosas que estejam circulando no sangue de uma pessoa doente para avaliar a progressão da doença ou, ainda, usar o método para estudar células-tronco e melhor conhecer seus potenciais usos terapêuticos.
Ao contrário das outras células do corpo humano, que têm 23 pares de cromossomos, os gametas (espermatozoides e óvulos) têm apenas uma cópia de cada cromossomo, que se unem na fertilização para produzir o DNA inteiro de uma pessoa.
No estudo, os pesquisadores sequenciaram o genoma de 91 espermatozoides doados por um voluntário de 40 anos com filhos saudáveis cujo genoma completo também já havia sido sequenciado. Com isso, eles puderam montar um mapa da recombinação dos cromossomos e das mutações sofridas pelo DNA nos espermatozoides do homem para assegurar a variabilidade genética.
Os cientistas descobriram ainda que, em média, os gametas passam por 23 recombinações durante seu processo de criação, conhecido como meiose, embora alguns tivessem muito mais misturas e outros menos, enquanto uns poucos ficaram sem cromossomos inteiros ou receberam duas cópias.
Para surpresa dos cientistas, a média é a mesma que indicavam estimativas anteriores. Falta agora fazer o genoma do óvulo.
— Os locais exatos, frequência e grau deste processo de embaralhamento são únicos para cada espermatozoide ou óvulo — explica Stephen Quake, professor da Universidade de Stanford que orientou Wang e também assina o artigo na revista “Cell”.
— Nunca antes pudemos estudar este processo com este nível de detalhamento e foi muito interessante ver que o que acontece no corpo de uma única pessoa espelha o que acontece na média populacional.
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