Segundo as últimas pesquisas, cerca de 12% dos russos acreditam seriamente no fim do mundo, que supostamente será nesta sexta-feira.
Em algumas regiões, sobretudo na
Sibéria e no Extremo Oriente, as pessoas começaram a se preparar
minuciosamente, fazendo reservas de artigos de primeira necessidade.
Por
exemplo, em Tomsk foi posto à venda o chamado “kit para o fim do mundo”
composto de um pacote de trigo sarraceno (utilizado como o arroz), latas
de conservas de carne ou de peixe, dependendo do gosto de cada um, velas
e fósforos, caneta e bloco de notas, iodo e aspirina, sabão e,
naturalmente, vodka... A propósito, esse conjunto goza de enorme
popularidade.
A psicóloga Irina Lukianova ajudou a Voz da Rússia a entender as causas desta histeria coletiva:
“A
grande atenção que está a ser prestada à data de 21 de dezembro tem a
ver com uma tomada de consciência da própria efemeridade, da compreensão
de que não somos imortais. Nós ficamos face a face com nossos medos e
nos deparamos com importantes questões existenciais. O que vem depois da
morte? O que deixamos depois de nós? O que se pode deixar se tudo
acabar? Para quê continuar a fazer as coisas habituais, ir trabalhar,
provar alguma coisa a alguém se, como resultado, não haverá mais o
mundo?”
Esta é a pedra angular de toda a histeria em
torno do Apocalipse: a crise do sentido da vida que, com interpretação
inadequada, pode se transformar em psicose em massa e pânico geral e,
em caso de um indivíduo isolado, levar a um estado de inquietação
depressiva, perda da vontade de viver.
Em diferentes
pessoas, a sensação de aproximação do Apocalipse pode causar reações
diametralmente opostas.
Uns se apressam a saldar os créditos nos bancos,
a devolver o que, durante muito tempo, se haviam esquecido, pedir
perdão aos parentes e amigos por todos os erros e, em alguns casos, até
mesmo ir à igreja para se confessar.
Outros, ao
contrário, apressam-se a tirar da vida tudo o que ainda conseguem. Em
muitos bancos russos foi assinalado um aumento considerável da concessão
de créditos, para fins de consumo, em dezembro.
As pessoas procuram
abarcar o inabarcável: partem em viagens caríssimas, que não estão ao
seu alcance, saltam de paraquedas, começam a fazer coisas que antes não
tinham coragem de fazer. Irina Lukianova acrescenta:
“Existe
também um terceiro grupo. Grande parte de nossos compatriotas pertence
justamente a esse. São os combatentes, pessoas dispostas a resistir ao
“apocalipse” e, desse modo, provar que estão dispostas a lutar com o
“fim do mundo” até o fim.”
Parece verdade, sobretudo
se considerarmos que nos últimos meses surgiram numerosas empresas
dispostas a ajudar os “combatentes sedentos de vencer” os tempos
futuros.
Haverá fim do mundo ou não, sexta-feira
mostrará. Até então, amigos, vamos acompanhar com atenção o desenrolar
dos acontecimentos no mundo e preparar os presentes de Ano Novo.
Fonte: Voz da Rússia
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