Pesquisadores têm descoberto um número crescente de espécies que se
reproduzem sem a ajuda do sexo oposto, fenômeno conhecido como
partenogênese.
O embrião se desenvolve a partir de uma célula
geneticamente igual a da mãe ou da fusão de duas células reprodutoras
dela.
O lagarto do Novo México (Aspidoscelis neomexicana), que
vive no deserto do sudoeste dos EUA e norte do México, é um híbrido de
duas outras espécies de lagartos. Os machos não sobrevivem, assim a
espécie é toda formada por fêmeas.
O dragão de Komodo (Varanus komodoensis) também é capaz de fazer
partenogênese. Em dois zoológicos do Reino Unido, funcionários
identificaram fêmeas que deram origem a descendentes, mesmo sem ter tido
contato com machos.
Testes genéticos confirmaram o fenômeno, apesar de a
maior parte dos Komodos se reproduzir sexualmente na natureza. Os
cientistas ainda não sabem o que faz a espécie começar a se reproduzir
assexuadamente em cativeiro.
A pulga de água doce (Daphnia magna), encontrada na América do Norte e
Eurásia, reproduz-se praticamente apenas por partenogênese.
Na primavera
e verão, a pulga guarda seus ovos em seu abdome para que eles
amadureçam. Com a chegada do inverno, a seca ou estresse faz com que
alguns dos descendentes se tornem homens, que então se acasalam com as
fêmeas.
Este método de reprodução sexual produz ovos com uma camada de
casca extra que lhes permite sobreviver a períodos estressantes.
A classe de vermes Bdelloidea (Bdelloid rotifers) é
composta apenas por fêmeas que se reproduzem por partenogênese.
Apesar
de dezenas de milhões de anos de celibato, o filo Rotifera é de uma
diversidade de mais de 300 espécies.
O verme compensa a perda de
variedade genética comendo DNA presente em seu ambiente e incorporando-o
a seu genoma.
As lagostas marmorizadas são a forma partenogênica da lagosta norte americana, popular em aquários.
Sua capacidade de se reproduzir sem sexo foi descoberta na Alemanha em 2003. Ambientalistas temem que elas possam ser uma ameaça para lagostas nativas na natureza porque um só indivíduo pode criar toda uma população.
Um tipo de tubarão martelo (Sphyrna tiburo) teve um filhote fêmea com o mesmo DNA da mãe, em 2001. O tubarão morreu alguns dias mais tarde. A fêmea não tinha tido contato com nenhum macho nos últimos três anos.
Até 2010, acreditava-se que as cobras Boa constrictor (Boa constrictor)
só se reproduziam sexualmente.
Entretanto, quando uma fêmea produziu
vários descendentes fêmeas com uma mesma mutação genética rara,
cientistas da Universidade do Estado da Carolina do Norte descobriram
que ela havia se reproduzido por partenogênese.
A abelha-do-Cabo (Apis mellifera capensis), nativa da
África do Sul, reproduz-se em um tipo específico de partenogênese na
qual a fêmea gerada a partir de ovos não fertilizados tem número normal
de cromossomos.
O que é incomum nestes animais é que as abelhas
operárias do Cabo são capazes de produzir ovos com número total de genes
por partenogênese.
A reprodução sexuada, com a combinação de genes de
dois seres, seria um artifício biológico para reduzir o impacto de
mutações. Entretanto, a partenogênese seria benéfica em casos em que a
"mãe" é bem adaptada a seu meio.
Fonte: UOL
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