Em filmes de ficção científica que mostram invasões alienígenas na
Terra, os extraterrestres costumam ser seres monstruosos que anseiam
acabar com os humanos e dominar nosso planeta. E a nossa missão é acabar
com eles o mais rápido possível.
Vamos supor que a ficção se torne realidade e que um dia recebamos
visitas de extraterrestres aqui. E digamos que eles se mostrem pacíficos
e não pareçam assassinos loucos, como mostram os filmes. Como é que
deveríamos agir? Como deveria ser nosso contato com eles?
Acredite, tem muita gente que estuda como esse encontro entre terrestres e extraterrestres deve funcionar.
Pesquisadores pelo mundo esperam que, se um dia os ETs vierem para
cá, a nossa recepção não seja como a de Will Smith no filme Independence
Day.
Mas também não desejamos nada desse tipo, certo? Paz entre os mundos, por favor.
O io9
entrevistou vários antropólogos e questionou qual é a melhor maneira de
nos comunicarmos com os seres de outro planeta. Essa questão é o tema
da conferência anual CONTACT
por 25 anos consecutivos.
O antropólogo Jim Funaro, que fundou a
conferência, disse que os antropólogos são os pesquisadores ideais para
desenvolver ideias para uma comunicação extraterrestre eficiente, dado
as suas experiências com diferentes povos e culturas no nosso planeta.
Funaro diz que a regra principal é não fazer suposições sobre os
extraterrestres. Precisamos manter nossa mente aberta e não criar ideias
falsas sobre a cultura e métodos utilizados por novas formas de vida.
Comunicação
Para Debbora Battaglia, professora de antropologia na faculdade Mount
Holyoke College (EUA), devemos mostrar hospitalidade com os aliens.
Ela explica que a comunicação pode ser difícil e diz que devemos estar
preparados para isso.
Possivelmente seria preciso enviar um antropólogo linguístico para
aprender a se comunicar com os seres extraterrestres, entendendo seus
códigos. Essa tarefa pode ser muito complexa. Os aliens podem não falar
ou escrever, e usar sistemas de sinalização desconhecidos para nós.
A comunicação com os alienígenas pode demorar muito tempo – anos,
talvez. Sabemos que os golfinhos têm algum tipo de linguagem, por
exemplo, mas depois de 50 anos de estudo, ainda não fomos capazes de
desvendá-la. E eles são do mesmo planeta que nós.
Decisões e interesses
A antropóloga Kathryn Denning, da Universidade Iorque (Canadá), é
cética quanto a comunicação pacífica entre extraterrestres e
pesquisadores.
“Se naves espaciais realmente aparecessem na Terra, acho
que não haverá um ‘o que devemos fazer’, porque os governos e
corporações com estações espaciais, satélites e armamentos irão agir de
acordo com seus próprios interesses”, opina.
É difícil acreditar que os governos serão pacíficos com os
visitantes. Se eles chegarem até nós, possivelmente terão uma tecnologia
muito superior. Para chegar a Terra, eles violariam o que sabemos sobre
a velocidade da luz, ou teriam que fazer uma viagem tão longa que seria
difícil de acreditar.
Mesmo que eles não se mostrassem hostis, é fácil imaginar a paranoia
geral entre os habitantes do nosso planeta. Afinal, é muito fácil ter
medo do desconhecido.
Por mais que antropólogos, linguistas e pesquisadores ufólogos sejam
mais preparados para entrar em contato com os aliens, é possível que
governos acabem com os extraterrestres antes disso.
Representantes
Vamos supor que os extraterrestres já estivessem nos observando e possam nos compreender. Quem é que poderia falar em nome dos habitantes terrestres?
Supostamente um grupo internacional, como a ONU, uma superpotência ou a união delas. Os seres humanos “normais” não teriam chances de transmitir suas mensagens, e a real diversidade da Terra poderia ficar escondida.
Por enquanto, é preferível pensar que, se recebermos visitantes de
outro planeta, os trataremos com hospitalidade. É a forma como
deveríamos tratar a todos – mas, como sabemos, os seres humanos
raramente se comportam assim.
Não é a toa que muitos dos filmes com
extraterrestres mostrem guerras e destruição. Por isso, é bom que
consigamos imaginar outras alternativas.
Fonte: Hypescience
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