quinta-feira, 23 de maio de 2013

Fósseis e pinturas rupestres são encontradas em Caruaru













Vestígios pré-históricos foram achados dentro de uma propriedade na zona rural da cidade.


Diógenes Barbosa


Moradores da comunidade Riacho Doce, zona rural de Caruaru, fizeram um achado, no mínimo, curioso. Durante a limpeza de um "tanque" (como são chamados os espaços entre as pedras que acumulam água da chuva), eles encontraram fósseis pré-históricos.

Pesquisadores do Laboratório de Arqueologia da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) estiveram no local e estimam que os vestígios tenham, ao menos, 70 mil anos.


Todo o material foi encontrado em uma área conhecida como "Serra do Medo". Partindo da comunidade de Riacho Doce (a 30 km do centro de Caruaru), são ainda 2,4 km de carro e mais 30 minutos de caminhada dentro de uma trilha.

A equipe de reportagem do Jornal VANGUARDA teve acesso ao local com exclusividade e pôde registrar tudo em primeira mão. As escavações no local ainda estão acontecendo.

Segundo o proprietário Severino da Silva, de 48 anos, os ossos só foram encontrados porque o "tanque" onde estavam soterrados ficou completamente seco, devido à falta de chuvas na região.


O pecuarista resolveu retirar toda a terra que estava acumulada no depósito de água para aumentar a capacidade de armazenamento. Após retirar as primeiras pás de terra, ele percebeu que o entulho escondia ossos de animais desconhecidos por ele.


As escavações para remoção dos fósseis foram iniciadas há dois meses e, neste período, já foram recuperados ossos de diversos tamanhos.

Alguns deles medem pouco mais de 60 centímetros. Quase todos estão fossilizados e mantiveram-se praticamente intactos, devido às condições do local em que foram encontrados.

É isso que explica o biólogo Alexandre Nunes, que acompanhou a equipe de reportagem do VANGUARDA durante visita ao local.


Segundo o especialista, o ambiente no qual o material foi encontrado favoreceu a preservação dos ossos. Ele explica que, neste caso específico, os vestígios foram conservados pelas "condições favoráveis".

"A fossilização acontece, por exemplo, quando restos de organismos vivos são cobertos por sedimentos (areia ou argila, por exemplo). E, ainda mais se tratando de lugares alagados, criam-se condições ideais para a preservação", destaca.


Para o biólogo, materiais orgânicos, a exemplo dos minerais, podem, inclusive, ajudar na conservação dos fósseis.

Ele destaca que o processo de "petrificação" (quando os restos mortais ficam preservados nas rochas) acontece justamente porque "as substâncias orgânicas do animal foram, gradualmente, sendo substituídas por minerais trazidos pela água". É como se a natureza tivesse encontrando uma forma de preservar a história dos seres vivos.


Durante a visita, foram coletadas amostras dos fósseis. Elas passarão por análises que devem ajudar na identificação dos animais e ainda a descobrir o tempo em que o material está depositado no local ou mesmo em que época os animais viveram na região.



PINTURAS RUPESTRES

Na mesma propriedade já haviam sido encontradas pinturas rupestres. As inscrições pré-históricas foram feitas embaixo de uma pedra gigantesca, a dez minutos de caminhada de onde foram achados os fósseis. A pedra tem o formato curvo e pode ter sido utilizada como um amparo para os antigos habitantes.


Nela, estão gravadas figuras que muito se assemelham com homens chegando da caça, munidos de lanças e pedaços de madeira.


Em outras figuras, é possível observar mais de uma pessoa representada na imagem, como se estivessem registrando o relacionamento entre os habitantes pré-históricos do local.


Figuras de animais, pontas de flechas e até mesmo símbolos desconhecidos também foram gravados com uma espécie de "tinta" avermelhada. A ação natural do tempo e vestígios de animais que passam por cima da pedra danificaram algumas das imagens.


Fotografias registradas durante a expedição até o local estão sendo disponibilizadas, com exclusividade, na página do VANGUARDA no Facebook. O endereço é o www.facebook. com/jvanguarda.


Lá constam imagens dos fósseis (ossos), das pinturas rupestres, do local onde os vestígios pré-históricos foram encontrados e ainda da fauna e flora.



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