Aparições e ruídos intrigam no Teatro Municipal e Solar do Jambeiro. Algumas histórias foram se acumulando, mistérios surgiram e, até hoje, sobrevivem ao tempo
Barulhos na janela, passos no assoalho, aparições inexplicáveis. O
Teatro Municipal de Niterói, no Centro, tem algumas histórias que
intrigam. Funcionários da casa já passaram por situações assombrosas e
garantem: dá medo.
Algumas histórias foram se acumulando, mistérios surgiram e, até
hoje, sobrevivem ao tempo. Há 18 anos como camareira do Municipal, Sônia
Loureiro, conhecida como Soninha, garante que ainda não viu nada, mas
tem boas histórias para contar.
“Já houve duas ocasiões em que precisei dormir aqui. Nunca vi nada,
graças a Deus, mas conheço pessoas que viram. Uma vez, um segurança foi
subir a escada que dá acesso ao palco e viu um homem gigantesco. Ele
ficou sem reação alguma. Logo depois pediu para sair do emprego.”
A maldição do ‘Síndico’
O palco do Teatro Municipal de Niterói foi cenário de um momento
trágico para a história da música brasileira e até para o teatro. Em
1998 o cantor Tim Maia passou mal quando estava prestes a iniciar o
último show de sua vida.
“O Tim ia gravar um DVD no palco do teatro. Ele entrou para começar o
show, soltou uma frase da primeira música e colocou a mão no peito.
Logo depois saiu sentindo as dores de um infarto e foi direto para o
hospital”, relembra Luiz Fernando Dias, assessor de comunicação da
Fundação de Artes de Niterói naquela época. Desde então a “Maldição Tim
Maia” assombra a memória dos funcionários. Soninha, apreensiva, garante
que é bom não duvidar.
“Uma outra funcionária que trabalhava também no palco, vivia falando
que o Tim aparecia para quem fizesse algo de errado no Teatro. Numa
dessas brincadeiras, ela tropeçou e quebrou a perna. Eu falei ‘Viu, fica
brincando com essas coisas’”, relembra.
Sem saber explicar ao certo o que acontece, Luciene Rocha,
coordenadora de palco há 15 anos, conta que há uma atmosfera
inexplicável de mistério no teatro.
“De vez em quando, quando o teatro ainda está fechado para o público e
os faxineiros ficam lá fora descansando, eu subo no palco e fico
observando. Depois de ouvir tantas histórias, a gente olha e vai tendo a
sensação de que há algo de sobrenatural. O silêncio e o vazio confundem
a mente. É curioso e ao mesmo tempo engraçado”, comenta Luciene.
Até fora do palco as histórias não têm fim. Há 14 anos como
eletricista, Renato Lima garante que barulhos inexplicáveis acontecem de
verdade.
“Num dia eu estava aqui pela manhã e ouvi alguns barulhos frequentes
nos cabos de aço que ficam lá em cima. Não tinha nada aberto nem nenhum
pombo lá dentro. Fui conferir e nada explicava o barulho. Quando
retornei, o barulho voltou. Nem voltei para conferir... (risos).”
“Em outra situação, numa exposição de bonecos que acontecia na sala
Carlos Couto, uma funcionária viu algumas crianças brincando lá dentro,
quando já estava fechada para visitação. Enquanto ela não levou o guarda
para verificar quem estava lá dentro, não sossegou. Quando eles
chegaram para verificar não tinha nada”, conta Renato.
A MOÇA DO SOLAR
Perto dali, no bairro de São Domingos, o Solar do Jambeiro também
coleciona histórias de arrepiar. Egídio Perpétuo, que foi
diretor-administrativo do casarão por sete anos, garante essas visitas
constantes do além.
“Em uma das visitas guiadas que eu fazia pelo Solar, comentava sobre a
história do casarão com uma senhora até que ela me indagou se morava
uma mulher de olhos azuis por ali. Na hora não entendi muito bem a
pergunta, mas expliquei que, pelas origens dinamarquesas dos fundadores
do local, por ali provavelmente teria vivido alguém de aparência
similar. Ela me apontou que tinha avistado essa moça numa das janelas,
mas quando fui olhar para o local indicado pela senhora não tinha
ninguém”, relembra ele.
Causos ou não, essas histórias garantem boas gargalhadas e horas a
fio com assombrações. “É tudo muito engraçado. Ninguém sabe o que é
verdade ou mentira. Mas, com certeza, fazem a gente se divertir e, pelo
menos, respeitar tudo que acontece. É melhor não duvidar”, avisa Luiz
Fernando.
Fonte: O Fluminense
Nenhum comentário:
Postar um comentário