Um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Observatório
Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) descobriu um novo tipo de
estrela variável.
Segundo os astrônomos, esses astros apresentam
minúsculas variações de 0,1% do brilho normal em períodos que variam de
duas a 20 horas.
Pouco mais quentes e brilhantes que o Sol, as estrelas
do aglomerado NGC 3766 foram estudadas durante sete anos com um nível de
precisão duas vezes superior ao de pesquisas anteriores.
“Chegamos a
este nível de sensibilidade graças à alta qualidade das observações
combinada com uma análise dos dados extremamente cuidadosa”, diz Nami
Mowlavi, líder da equipe de investigação.
“Mas também porque levamos a cabo um extenso programa de observação que
durou sete anos. Provavelmente não teria sido possível obter tanto tempo
de observação num telescópio maior”.
Os cientistas
utilizaram telescópio de 1,2 metro Leonhard Euler, que fica no Chile,
considerado "relativamente pequeno" pelo observatório.
O estudo das estrelas variáveis ou pulsantes (cujo brilho aparente varia
com o tempo) é chamado de astrosismologia, já que os cientistas tentam
entender as vibrações complexas dos interiores das estrelas.
“A
existência desta nova classe de estrelas variáveis constitui por si só
um desafio aos astrofísicos”, diz Sophie Saesen, também membro da
equipe.
“Os modelos teóricos atuais preveem que sua luz não deveria
sequer variar de maneira periódica, por isso os nossos esforços atuais
estão focados em descobrir mais sobre o comportamento deste novo tipo
tão estranho de estrelas.”
Apesar de não se ter certeza sobre a causa da variação
do brilho das estrelas, os pesquisadores acreditam que há uma relação
com a rápida rotação desses astros.
Eles giram a mais que metade de sua
velocidade crítica (quando começam a se tornar instáveis e lançar
matéria ao espaço).
"Nestas condições, a rotação rápida terá um impacto
importante nas propriedades internas das estrelas, no entanto ainda não
conseguimos modelar as variações de luz adequadamente”, explica Mowlavi.
“Esperamos que a nossa descoberta encoraje especialistas a estudar este
assunto, no sentido de percebermos a origem destas misteriosas
variações."
Fonte: Terra
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