segunda-feira, 22 de julho de 2013

Os dentes de múmias que podem "contar" a história do Antigo Egito





Como os dentes das múmias poderiam fornecer uma conexão entre a seca, auge e a queda das antigas culturas do Egito, incluindo os construtores de pirâmides?  


Mais uma vez, a união de disciplinas como química e arqueologia pode ajudar a responder esta questão pela análise química do esmalte dos dentes de múmias. 


De acordo com estudos a partir destes exames, é possível deduzir que o Vale do Rio Nilo tornou-se absurdamente árido de 5.500 a 1500 a.C, período que inclui o crescimento e florescimento da Antiga  Civilização Egípcia.

 
Muitos estudos anteriores já haviam feito uma conexão entre as extremas secas e as crises que teriam ocorrido próximo ao término do Velho Reino (A Idade das Pirâmides), no terceiro milênio antes de Cristo. 


Contudo, os cientistas ainda precisavam preencher uma "lacuna" sobre a questão da seca antes da queda do Egito, no século 6 a.C, quando aconteceu a conquista por Alexandre, o Grande.


Os pontos que ainda não estão claros, mas que agora poderão ser investigados pelos dentes das múmias são sobre eventuais reduções nas enchentes anuais do Rio Nilo ou secas de curta duração que pudessem ter causado uma fome em larga escala geral que teria refletido na história egípcia.


Para isso, dentes das múmias de diversas dinastias estão sendo estudados. Estes dentes possuem uma proporção de dois tipos de isótopos de oxigênio resultantes da dieta e também da ingestão de líquidos, que, neste caso, seria a água do Rio Nilo. Mudanças nas relações dos isótopos também podem indicar alterações nos padrões de precipitação da região.


"A tendência geral para a seca não teve impacto negativo sobre a civilização egípcia em termos de produção de cereais ou população", disse o autor do estudo, Christophe Lecuyer, um geoquímico da Universidade de Lion.


"Um dos estudos que pretendemos publicar em breve revela que não houve mudança de dieta deles durante este longo período de, aproximadamente, quatro milênios."


O Vale do Nilo não era a única parte do Norte da África que passou por secas depois de 5.500 a.C. O deserto do Saara já foi coberto por lagos e gramados, mas mudou para um clima seco entre 7 mil e 5 mil anos atrás, como alguns estudos já mostraram.



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