O explorador Barry Clifford acredita ter descoberto os primeiros vestígios de um tesouro de 400 mil moedas de ouro e prata junto ao que resta de um navio pirata naufragado.
Chamava-se Black Sam Bellamy e, no início do século XVIII, foi o pirata mais temido do Oceano Atlântico. Britânico, usava o longo cabelo preso e apesar da curta carreira – morreu aos 28 anos –, conseguiu tornar-se no mais abastado pirata de então.
Em 1716 o pirata capturou o antigo navio de escravos Whydah
Gally e saqueou centenas de embarcações.
No entanto, a aventura terminou
na noite de 26 de Abril de 1717, quando passavam pela costa de
Massachusetts, em Cape Cod, Estados Unidos.
Uma terrível tempestade
partiu os mastros do navio e a embarcação naufragou rapidamente. Apenas
dois dos 145 piratas a bordo sobreviveram ao naufrágio. E estes não
viveram muito mais tempo – foram presos e enforcados poucas semanas
depois.
Em 1984 o explorador de tesouros naufragados, Barry
Clifford, descobriu o navio ao largo de Wellfleet.
Depois de centenas de
mergulhos, retirou do fundo do mar cerca de 200 mil artefatos,
incluindo ornamentos em ouro e espadas, e montou um museu dedicado ao
navio e ao pirata. O sino com o nome do navio autenticou a descoberta.
Mas apesar da fama do pirata e de artefatos como a pistola do Rei Sol,
poucas moedas foram encontradas. Só este ano, quando foram descobertos
documentos coloniais, é que Clifford ficou a saber que o navio ia
carregado de moedas de ouro e prata.
Black Sam Bellamy terá atacado dois
navios duas semanas antes do naufrágio e, segundo os documentos, o
saque seria de 400 mil moedas.
Entusiasmado, Barry Clifford passou o verão a mergulhar
junto aos destroços do navio, onde há anos encontrou granadas antigas.
A
1 de Setembro encontrou um trilho de artefatos entre um canhão e um
volume de madeira que o explorador julga ser a popa do navio. Num
segundo mergulho, já com uma equipa de mais sete mergulhadores, foram
descobertas rochas com ouro incrustado.
Mais precisamente massas rochosas que se formam quando metais como ouro e prata reagem quimicamente com a água salgada.
Os mergulhadores
encontraram várias, uma atrás da outra. “Vamos pelo toque e depois
ouvimos o pim do detector de metais. Quando o aparelho apita é um
sentimento ótimo”, conta Jon Matel, um dos mergulhadores.
Raios X efetuados às pedras revelaram moedas no seu interior. Além
disso, foram encontradas 11 moedas em cima de uma bola de canhão e 50
moedas agarradas a uma barra de metal. Clifford acredita que as moedas
não estão ali por acaso e são uma amostra das milhares que tombaram
quando o navio se partiu em dois.
Entretanto, os mergulhos foram interrompidos até à próxima primavera, por causa do estado do mar e do clima. Até lá o explorador vai cuidar do museu - onde exibe fitas de cetim encontradas nos destroços - e procurar financiar novos mergulhos. Os 21 que realizou este ano custaram-lhe cerca de 150 mil euros.
Fonte: Sábado
Nenhum comentário:
Postar um comentário