Peças de ouro e prata, ossos e cerâmicas de 1.500 anos foram
descobertos no Lago Titicaca, na Bolívia, por uma equipe de arqueólogos
subaquáticos da Bélgica, informou um dos peritos em La Paz.
"Encontramos algumas oferendas [religiosas], cerâmicas, ossos e lâminas
de ouro", disse o cientista da Universidade Livre de Bruxelas,
Christophe Delaere, codiretor do projeto Huiñaimarca, impulsionado em
conjunto com o Ministério da Cultura da Bolívia.
Além disso, "encontramos 2.000 objetos e fragmentos", disse durante ato
em La Paz, ao qual assistiram o presidente boliviano Evo Morales, o
ministro da Cultura, Pablo Groux, e diplomatas da Bélgica.
O projeto Huiñaimarca, que significa Povo eterno, em idioma aimara,
começou há dois meses em povoados às margens do Lago Titicaca,
compartilhado entre Bolívia e Peru, e que ocupa uma superfície total de
8.562 quilômetros quadrados, 3.800 metros acima do nível do mar, nos
Andes.
As explorações subaquáticas foram feitas em diferentes pontos do lago
navegável, do lado boliviano, onde se encontraram objetos de diferentes
épocas, inca e pré-inca (1438-1533).
Em apenas dois meses de exploração foram encontrados 31 fragmentos de
ouro laminado, principalmente ao redor da Ilha do Sol, no lado boliviano
do lago, de onde conta a lenda que emergiram Manco Kapac e Mama Ocllo
para fundar o império inca em Cusco, Peru.
"Têm um valor histórico incrível, porque são as primeiras peças de ouro encontradas", disse Delaere. Também foram feitas escavações subaquáticas em outros locais do lago,
onde foram encontrados objetos de diferentes datas: "há cerâmicas,
urnas, de mais de 500 a 800 anos", explicou Delaere.
Em outros locais do lago também há objetos "de mais de 1.500 anos em
cerâmicas", como vasilhas talhadas em pedra, recipientes para incenso e
figuras de animais como pumas.
Histórias sobre cidadelas e uma riqueza que aimaras e quéchuas
esconderam no lago dos conquistadores espanhóis existem há séculos na
Bolívia.
No final da década de 1960, o explorador francês Jacques-Yves Cousteau
mergulhou em várias expedições no Lago Titicaca, descobrindo sinais de
uma civilização.
O presidente Morales destacou, após a explicação de Delaere, que seu
país tem o objetivo de recuperar todo o patrimônio histórico que está em
países da Europa e dos Estados Unidos.
Fonte: UOL










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