quinta-feira, 20 de março de 2014

Relação entre idiomas da América do Norte e da Sibéria pode lançar luz sobre a migração humana pelo estreito de Bering



A análise evolutiva aplicada à relação entre as línguas e dialetos da Sibéria Central e Norte da América pode trazer novas achegas para a compreensão dos processos migratórios que foram operados a partir do Estreito de Bering.


A nova proposta de investigação surge publicada na revista eletrónica PLOS ONE com data de 12 de março de 2014, tendo como autores Mark Sicoli, da Universidade de Georgetown e Gary Holton da Universidade de Alaska Fairbanks.


A premissa do estudo assenta no princípio de que as línguas evoluem lentamente e podem permitir a compreensão dos padrões migratórios humanos. Uma família de línguas conhecida como a “Dené-Yeniseian” sugere que existem elementos de linguagem comuns entre as línguas norte-americana “Na-Dene” e as línguas “Yeniseian” da Sibéria Central.


Para investigar este assunto, os cientistas utilizaram uma técnica originalmente desenvolvida para investigar as relações evolutivas entre as espécies biológicas, chamada de análise filogenética, em que uma árvore é construída para representar relações de ancestralidade comum com base em características comuns.


Os investigadores usaram a filogenia linguística para trabalhar com cerca de 40 línguas difundidas por territórios da América do Norte e Ásia. Os resultados mostram uma dispersão inicial do “Na-Dene” ao longo da costa norte-americana com um ponto de inicio que sugere uma migração do “ Yeniseian” a partir da Sibéria e uma posterior dispersão desses idiomas para a América do Norte, para o interior onde existem línguas radicadas na família linguística “Na-Dene”. 
 
 


Mark Sicoli, explicou que foram usados métodos filogenéticos computacionais para "formar uma árvore genealógica linguística capaz de fornecer elementos que permitam a formação de uma hipótese que relacione o movimento humano entre a ásia e a América do Norte através do Estreito de Bering”.


Embora os autores não possam determinar conclusivamente o padrão de migração apenas a partir destes resultados, afirmam que este estudo não contradiz a hipótese de os antigos caçadores recolectores terem entrado no Novo Mundo através do estreito de Béring, e que esta não foi uma passagem ocasional.


Este trabalho também pretende demonstrar a utilidade da modelagem evolucionária com árvores linguísticas para investigar questões de natureza histórica.
 
 
 
 

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