A mais remota evidência da mumificação no Egito sugere que a prática
de embalar corpos para preservá-los depois da morte começou por volta de
mil anos antes do que se pensava, revelou um estudo publicado na
quarta-feira.
A pesquisa, publicada no periódico PLOS ONE, foi a primeira a
descrever resinas e linhos usados como envoltórios funerários de 3350 a
4500 a.C. Há muito tempo, historiadores acreditavam que a prática
egípcia de mumificação tinha começado por volta de 2500 a.C.
Mas, ao aplicar análises científicas modernas a coleções egípcias que
já estavam em museus britânicos, eles descobriram que, já nesta época,
as pessoas usavam materiais similares de preservação nas mesmas
proporções das encontradas em múmias posteriores.
"Este trabalho demonstra o enorme potencial do material em coleções
de museus que permite a cientistas analisar novas informações sobre o
passado arqueológico", disse o coautor do estudo, Thomas Higham, da
Universidade de Oxford. "Usando modernas ferramentas científicas, nosso
trabalho ajudou a iluminar um aspecto importante da história remota do
Egito antigo", prosseguiu.
Especialistas usaram cromatografia a gás, espectrometria de massa e
outras técnicas de análise química para identificar materiais naturais
usados para preservar cadáveres na época. "Estas receitas consistem de
uma 'base' de óleo vegetal ou de gordura animal, constituindo a parte
principal dos 'bálsamos'", destacou o estudo.
Quantidades menores de resina de conífera, um extrato de plantas
aromático, cera e goma vegetal ou açúcar também foram usados. "Além
disso, essas receitas continham agentes antibacterianos, usados nas
mesmas proporções empregadas pelos embalsamadores egípcios quando sua
habilidade estava no auge, entre 2.500 e 3.000 anos depois", destacou o
estudo.
Cientistas do projeto, que já dura uma década, vieram das
Universidades de York, Macquarie e Oxford. Os fragmentos de linho que
eles examinaram foram originários de corpos sepultados nos mais remotos
cemitérios antigos egípcios registrados em Mostagedda, na região de
Badari, no alto Egito.
Fonte: Megacurioso
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