Rhinorex condrupus, nova espécie de dinossauro
© Terry Gates
© Terry Gates
Rhinorex condrupus
é um hadrossaurídeo que terá vivido há 75 milhões de anos no Cretáceo
Superior na região que é hoje o Utah, nos EUA. Mas este dinossauro
possuía um nariz gigante cuja funcionalidade é um mistério para os
paleontólogos.
Media nove metros, pesava 3855 quilogramas, alimentava-se de plantas e
pertencia à família dos hadrossaurídeos, os quais se distinguem por
possuírem grandes cristas, quer fossem duras como no caso dos
Parassaurolofos ou carnudas como no caso dos Edmontossauros.
O Rhinorex condrupus, apesar de não ter nenhuma crista, possuía um grande nariz, o que fez os investigadores Terry Gates, do NC State e North Carolina Museum of Natural Sciences e Rodney Sheetz, do Brigham Young Museum of Paleontology perceberem que estavam perante uma nova espécie de dinossauro.
Os investigadores, que apresentam a nova espécie de dinossauro na edição de 17 de setembro da revista científica Journal of Systematic Palaeontology, dizem que o fóssil do dinossauro foi encontrado na década de 1990 e que na altura o que mais chamou à atenção dos cientistas foi as impressões da sua pele bem preservada.
Agora, recentemente, Terry Gates e Rodney Sheetz começaram a trabalhar
nos fósseis e quando reconstruiram o crânio verificaram estar perante
uma nova espécie. «Tínhamos quase todo o crânio, que era fantástico»,
afirma Terry Gates, citado em comunicado da North Carolina State University,
«mas a preparação foi muito difícil. Foram precisos dois anos para
escavar o fóssil do arenito em que foi embebido – foi como escavar o
crânio de um dinossauro numa calçada de betão».
Com base nos ossos, os investigadores conseguiram deduzir a dimensão do dinossauro e que terá vivido num ambiente pantanoso a 80 quilómetros da costa. Para além disso, dado ser o único fóssil completo de hadrossaurídeo da região de Neslen (Utah), os cientistas indicam que poderá trazer importantes informações sobre a segregação do habitat durante o Cretáceo Superior na região.
«Nós encontramos outros Hadrossaurídeos do mesmo período temporal mas localizados a cerca de 320 quilômetros mais ao sul que estavam adaptados a um ambiente diferente», explica o investigador.
Terry Gates afirma ainda que «esta descoberta dá-nos uma imagem geográfica do Cretáceo e ajuda-nos a colocar espécies contemporâneas nos seus tempos e locais corretos», para além de que «o Rhinorex também nos ajuda a encher ainda mais a árvore de família dos Hadrossaurídeos».
Mas sobre a possível utilidade do grande nariz que o Rhinorex condrupus possuía, os investigadores ainda não têm uma explicação. «O propósito de um nariz tão grande ainda é um mistério. Se este dinossauro é em alguma coisa parecido com os seus familiares, então provavelmente não tinha um grande sentido de olfato».
No entanto, «talvez o nariz fosse usado como meio de atrair parceiros, para reconhecer membros da sua espécie ou até como um grande acessório do bico para esmagar plantas», adianta Terry Gates e afirma que estão «ainda a farejar respostas para essas questões».
Fonte: TV Ciência
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